Anotações....
O ser humano tem, segundo a Ciência antropológica,
cerca de 2,5 bilhões de anos. Os vegetais ultrapassam 3,5 bilhões de anos e são
tão antigos quando a própria Terra, cuja centelha de vida deve ter sido
deflagrada na imensidão dos mares e oceanos.
As raças humanas perambularam por vários pontos do planeta e conviveram,
algumas delas, com os mais antigos animais e imensas árvores e florestas, onde
a natureza imperava e assustava os humanoides escondidos em cavernas, e
atribuindo à natureza, poderes sobrenaturais que, em muitos casos, ficaram
gravados em paredes seculares de suas moradas iniciais, criando seus deuses e
vendo neles o poder do próprio planeta e de seu desconhecimento de tudo o que o
cercava.
Observando os animais de seu meio natural, percebeu
que eles se reproduziam em rituais que passou a conhecer e usar. Da mesma forma
observou que sementes de frutos geravam
novas plantas e deles ele se valia para sua alimentação básica. Era vegetariano
e os grandes incêndios naturais fizeram com que ele conhecesse e dominasse o
fogo e os animais mortos e alcançados pelo fogo o que fez com que ele pudesse
descobrir a carne mais saborosa e macia. Das peles percebeu que poderia criar
formas de defesa das intempéries. Dos ossos fez as primeiras armas de defesa e
a florestas continuava a lhe ensinar como viver, como se alimentar e como se reproduzir. Imitando o lagarto picado por uma
cobra, mais forte e poderosa, viu que
ele, fugindo, mascava certas folhas que o curava, anulando o veneno e nasceu
nele o conhecimento de mais uma preciosa função da natureza vegetal em seu
favor.
O homem
primitivo, naturalmente silvestre, admirava, com alta dose de percepção, como
os pássaros e alguns animais como macacos, gibões e outros se alimentavam de determinadas sementes e
frutos. Observava que, alguns, eram rejeitados, embora aparentemente apetitosos
e percebia, que se fossem comidos, morriam e com isto aprendeu a selecionar o
que poderia ou não usar em sua alimentação e na alimentação de seus familiares
ou até da aldeia. Estes comportamento
foram sendo assimilados e passados de geração para geração, tornando-se no conjunto de conhecimentos dos homens de
antanho e por conseguinte, nos de hoje.
Em dias e noite de intensos vendavais, ao ouvir os
estrondos dos trovões e os raios cortando os céus pensou serem os deuses se
manifestando e buscou criar rituais para aplacar a ira dos mesmos e ao mesmo
temo em agradá-los de forma a que fossem premiados por seus atos bons e
julgados pelos maus. Construiu seus totens como imagem de seus supostos deuses e os pajés passaram a interpretar seus
desejos sob a ação de emanações de gases oriundos de fumaças de folhas e galhos
que entendiam ser representantes de seus seres superiores e ordenadores da
natureza.
As pajés se investiram em poderes que entendiam ter e
começaram a usar das plantas e das seivas para minorar o sofrimentos dos irmãos
adoecido, tomados pelos espíritos maus e as religiões começaram a serem traçadas
em seus primórdios, unindo-se as coisas da natureza às coisas das divindades
que elegiam. Se mortos, estes passavam a pertencer ao panteão dos espíritos que
se juntavam na proteção da tribo ou mesmo dos familiares dos grupos. Fustel de Coulange retrata, no século XVII este
período com perfeição em sua magistral obra de 1864, sobre a criatividade
humana, sua religiosidade e vida bem como
o entendimento de seus males e formas de vida e religião.
Os astros, em especial o Sol e a Lua eram divindades
que presidiam os dias e as noites e, mesmo já nos temos dos egípcios, eram
portadores da vida e da morte e ligavam o homem simples aos deuses que
comandavam o universo. Gregos e outros povos faziam da vida vegetal a salvação
das vidas, a cura dos males e muitas vezes para terminar com uma vida, como ocaso da cicuta e do Filósofo Sócrates.
Os indígenas, mesmo assim chamados de forma errônea
num passado distante formavam povos que, mesmo próximos, participante do mesmo
ambiente territorial, não eram amigos, e até pelo contrário, vivendo em
constantes guerras e disputando os alimentos e até a própria floresta, chegando
ao ponto da antropofagia, não em razão da fome, mas da aquisição da coragem dos
adversários. As línguas eram diferentes, diferentes eram os entendimentos da
natureza e cada um criava seu panteão de deuses para viverem em paz com o meio
ambiente. Sabiam que, matando peixes em épocas de procriação, estavam agindo
errado porque as fêmeas deixavam de procriar e com isto seus alimentos estariam
comprometidos com seus próprios futuros. De Nômades passaram a plantar seus
alimentos e todos eram advindos da grande mãe floresta, Gaia.
Nasceram destas necessidades e observações a necessidade da fitoterapia, praticada elas
mulheres, substituídas depois pelos curandeiros, tendo noticias que cerca de
3.000 anos de Cristo os chineses já praticavam o culto às plantas, vendo nelas
divindades e no tempo do antigo Egito, os sacerdotes cultuavam as plantas com
formas de minorar os males humanos e até prolonga a vida humana. Assim se vê de forma constante nos tempos
bíblicos que se perdem na linha do temo. A estão entre os índios era
coletivista e se alicerçava na cooperação, onde cada membro tinha sua posição e
função. Os anciãos eram os depositários da toda a história e genealogia da
tribo e eram venerados como condutores da tribo e o comunicador direto dos
anseios da tribo para com as entidades espirituais.
Com a chegada dos portugueses, franceses, holandeses e
outros ao Brasil inicial, foram “assassinadas” literariamente centenas de
línguas nativas, restando hoje poucas delas e em extinção acelerada. No século
XVI existiam quatro agrupamentos linguísticos destacados, o tupi-guarani, que
era presente em quase toda a América do Sul, o jê, o caribe e o aruaque. Os
jesuítas, que seguiam o pensamento da Europa, viam como cultura apenas os povos
que possuíam símbolos de civilização e progresso e isto levou grande parte dos
pensadores na busca de uma hierarquia cultural. Por não possuírem estes
atributos, os jesuítas, em especial, sacrificaram centenas de índios por não
aceitarem a doutrina cristã, por se posicionarem firmes com seus deuses,
principalmente Tupã. A crença indígena era animista, acreditando em seres
sobrenaturais e divinos como o Sol, a Lua e as florestas. Os indígenas
alicerçavam suas religiões(em formação) por um conjunto de mitos e acreditavam
em entidades espirituais no controle da natureza à sua volta. Os Jesuítas e
outros colonizadores tentaram escravizar o índio, mas este não aceitou as
correntes e o trabalho, visto que ele, criado na natureza, por certo jamais
aceitaria se submeter a outro animal, em especial o homem branco.
A fitoterapia nasceu com o próprio homem, mas
alcançou, depois dos anos 1500, força especial com a somatória do trabalho dos
alquimistas onde a fusão dos minerais
com os vegetais alavancou de forma extraordinária o domínio humano sobre os
princípios químicos dos vegetais e dos minerais na inaugurando a época da
Química no rol dos conhecimentos da
Ciência.
O uso de plantas como elemento medicinal é tão antigo
quando o próprio homem. O velho boticário, entre os brancos, os naturalistas
como os pajés nas comunidades indígenas, os curandeiros, em todos os grupos
sociais humanos, os feiticeiros, as
bruxas, inclusive no nosso folclore mundial,
se perde na linha do tempo ,
sendo de grande destaque os alquimistas no mundo mais moderno, e hoje os
cientistas em vários campos com a ajuda imprescindível da tecnologia e mais
recentemente da nanotecnologia.
A malária matou milhares de pessoas no século XIV e
foi no meio de uma antiga selva e com seus habitantes naturais da América do
Sul, que se encontrou um lenitivo para
tamanha peste: o chá da casca de
cinchona. Na Europa, no século XVII, pelos químicos franceses Joseph Plletier e
Joseph Caventon, foi isolada a quinina. No Brasil, na construção da estrada de
ferro Madeira-Mamoré, o uso do quinino evitou a morte de grande numero de
trabalhadores e o remédio veio floresta
brasileira e por indicação de um antigo curandeiro da região. O índios,
observando que alguns animais, machucados por lutas ou galhos pontiagudos, se
esfregavam numa determina árvore até que sua seiva( óleo) alcançasse o
ferimento e nascia o fantástico óleo de copaíba, eficaz cicatrizante. Índias
parturientes eram salvas em partos difíceis, por infusão com folhas colhidas
por outras mulheres da aldeia, e em poucos minutos o parto que poderia ser
fatal para a mãe e a criança eram resolvidos. Centenas de indígenas picados por
cobras, insetos e animais, foram salvos
pelos pajés com seus remédios naturais colhidos no grane laboratório das
florestas.
A alquimia nasceu e floresceu na Idade Média num
mosaico de arte, magia e ciência, esta última desconhecida com esta
denominação. Buscavam o ‘elixir da vida’ fator básico da imortalidade e a
ambicionada ‘ pedra filosofal’. Historiadores
dão a alquimia como nascida na China há cerca de 4.500 anos a.C. com
registros memoráveis de alquimistas que prepararam os caminhos da química e a
farmacologia modernas. A Inquisição foi um grane entrave nos caminhos da
alquimia, tratada pelo Tribunal do Santo Ofício como bruxaria, levando a
fogueira inúmeros homens e mulheres eu usavam do grande laboratório do planeta,
as florestas do mundo.
Estima-se que em 1500, existiam por volta de quatro
milhões de indígenas na região que hoje denominamos Brasil, não se incluindo ai
, por questões geográficas, os Maias, os Incas e os Astecas. Hoje o numero não
passa de um milhão e ainda registra cerca de 250 etnias. A população brasileira
é um conjunto miscigenado e pluricultural. No campo de culinária, são muitos os
pratos existentes ainda hoje e que são apreciados por grane parte dos
brasileiros, e destaca-se nisto. O excelente artesanato indígena.
(anotações Caprio) .
Nenhum comentário:
Postar um comentário