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quinta-feira, 6 de maio de 2021

O HOMEM, SEUS LIVROS SAGRADOS E SEUS DEUSES

 


A religião primitiva, segundo “O Livro de Urantia”,  teve uma origem biológica, um desenvolvimento evolucionário natural. Os animais a quem chamamos irracionais têm medos, mas não têm ilusões. O homem cria suas religiões primitivas dos próprios temores e por meio de suas ilusões. Era totalmente intelectual e baseada em circunstâncias de relacionamento. Com a evolução, a religião passou a ter fundamento espiritual. O lago, o mar, a chuva, os trovões, relâmpagos, vento, vulcões, fogos, calor, frio, fizeram nascer seus deuses. 

Houve época em que o homem adorou tudo sobre a face da Terra e, claro, a si próprio. Não entendendo os fenômenos naturais buscou aplacar a ira deles com oferendas, danças, imagens e escolheram entre os seus os que afirmavam ter contato direto com os deuses e sabia o que eles queriam. Surgiram os sacerdotes e as castas religiosas. A questão da origem do Homem previsto no “Genesis” é  extraordinariamente fantástica, tal como o trabalho de Noé. A presença de parábolas bíblicas e nos evangelhos, Torá e outros livros ditos agrados é superinteressante.

Nos altares, pedras, chamas ardentes, imagens diversas. Nas montanhas, chegou-se às  ‘Tabuas de Moises’ – os dez mandamentos. Fragmentos de meteoritos se tornaram em objetos sagrados, estrelas cadentes, os eclipses, em sinais interpretados pelos Xamãs a seu modo e interesse e o mundo vegetal ofereceu ao homem primitivo meios de comunicação segura com os deuses através de chás, infusões de folhas, talos, e ainda hoje estes elementos vegetais fazem do homem escravo e vítima sob  vários aspectos.

Os animais foram e ainda são venerados pelos homens e disto nasceram lendas interessantes com personagens em forma de sereias, botos, cobras, águias, além de lendas envolvendo dragões, centauros, minotauros, os cordeiros, os lobos, as pombas, sem deixar de lado uma gama de insetos, como o escaravelho egípcio.

O ambiente natural ofereceu ao homem meios de adoração, sob várias formas, como a correnteza de um rio que entendiam ser produto de espíritos. Um afogamento indicava que os espíritos haviam punido o afogado por alguma razão e o corpo era deixado apodrecer nas águas.  O Sol, a Lua, as estrelas fascinaram e fascinam os homens. O arco-íris lembra o pacto divino com o homem por um novo tempo e chamado de arco da promessa pelos cristãos. Os redemoinhos indicavam a presença um espírito irritado com os homens e crianças. Em meu tempo de infância, afirmavam que no centro deles estavam demônios perigosos.

O Granizo assustou e assusta ainda hoje os homens. Afirmavam no passado que algum deus estava irritado e atirava pedras sobre o local atingido pelo fenômeno exigindo algum tipo de reparação. A adoração pelo fogo é tão antiga quando o homem. As chamas em altares, indicam a presença expressa do deus adorado, santos ou mesmo de Deus. O vapor produzido pelos  incensos usados indicam o retorno do homem às coisas de Deus ou dos deuses, como se fazia no Egito, Pérsia e outros povos antigos, e até hoje usado em igrejas de vários cultos. A adoração da Lua é mais antiga do que a do Sol. No Egito o Sol alcançou grau máximo de adoração.

O próprio homem adorou a si próprio, nas figuras de seus profetas, faraós, reis, imperadores, chefes tribais, elegendo como sagrados restos mortais de algum ser considerado como santo ou figura superior.  Várias religiões tiveram como fundamentos a transformação do homem mortal em imagem e semelhança de Deus. Alguns governantes atuaram de forma a que suas imagens fossem consideradas divinas e como tal reverenciadas.  Temer, esquivar-se, honrar e adorar se confundem, ainda nos tempos atuais.

Tanabi, agosto de 2020

Prof. Dr. Antonio Caprio –Tanabi

Biólogo e pesquisador.

 

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