A religião primitiva,
segundo “O Livro de Urantia”, teve uma
origem biológica, um desenvolvimento evolucionário natural. Os animais a quem
chamamos irracionais têm medos, mas não têm ilusões. O homem cria suas
religiões primitivas dos próprios temores e por meio de suas ilusões. Era
totalmente intelectual e baseada em circunstâncias de relacionamento. Com a
evolução, a religião passou a ter fundamento espiritual. O lago, o mar, a
chuva, os trovões, relâmpagos, vento, vulcões, fogos, calor, frio, fizeram
nascer seus deuses.
Houve época em que o
homem adorou tudo sobre a face da Terra e, claro, a si próprio. Não entendendo
os fenômenos naturais buscou aplacar a ira deles com oferendas, danças, imagens
e escolheram entre os seus os que afirmavam ter contato direto com os deuses e
sabia o que eles queriam. Surgiram os sacerdotes e as castas religiosas. A
questão da origem do Homem previsto no “Genesis” é extraordinariamente fantástica, tal como o
trabalho de Noé. A presença de parábolas bíblicas e nos evangelhos, Torá e
outros livros ditos agrados é superinteressante.
Nos altares, pedras,
chamas ardentes, imagens diversas. Nas montanhas, chegou-se às ‘Tabuas de Moises’ – os dez mandamentos.
Fragmentos de meteoritos se tornaram em objetos sagrados, estrelas cadentes, os
eclipses, em sinais interpretados pelos Xamãs a seu modo e interesse e o mundo
vegetal ofereceu ao homem primitivo meios de comunicação segura com os deuses
através de chás, infusões de folhas, talos, e ainda hoje estes elementos
vegetais fazem do homem escravo e vítima sob
vários aspectos.
Os animais foram e ainda
são venerados pelos homens e disto nasceram lendas interessantes com
personagens em forma de sereias, botos, cobras, águias, além de lendas
envolvendo dragões, centauros, minotauros, os cordeiros, os lobos, as pombas,
sem deixar de lado uma gama de insetos, como o escaravelho egípcio.
O ambiente natural
ofereceu ao homem meios de adoração, sob várias formas, como a correnteza de um
rio que entendiam ser produto de espíritos. Um afogamento indicava que os
espíritos haviam punido o afogado por alguma razão e o corpo era deixado
apodrecer nas águas. O Sol, a Lua, as
estrelas fascinaram e fascinam os homens. O arco-íris lembra o pacto divino com
o homem por um novo tempo e chamado de arco da promessa pelos cristãos. Os
redemoinhos indicavam a presença um espírito irritado com os homens e crianças.
Em meu tempo de infância, afirmavam que no centro deles estavam demônios
perigosos.
O Granizo assustou e
assusta ainda hoje os homens. Afirmavam no passado que algum deus estava
irritado e atirava pedras sobre o local atingido pelo fenômeno exigindo algum
tipo de reparação. A adoração pelo fogo é tão antiga quando o homem. As chamas
em altares, indicam a presença expressa do deus adorado, santos ou mesmo de
Deus. O vapor produzido pelos incensos
usados indicam o retorno do homem às coisas de Deus ou dos deuses, como se
fazia no Egito, Pérsia e outros povos antigos, e até hoje usado em igrejas de
vários cultos. A adoração da Lua é mais antiga do que a do Sol. No Egito o Sol
alcançou grau máximo de adoração.
O próprio homem adorou a
si próprio, nas figuras de seus profetas, faraós, reis, imperadores, chefes
tribais, elegendo como sagrados restos mortais de algum ser considerado como
santo ou figura superior. Várias religiões
tiveram como fundamentos a transformação do homem mortal em imagem e semelhança
de Deus. Alguns governantes atuaram de forma a que suas imagens fossem
consideradas divinas e como tal reverenciadas.
Temer, esquivar-se, honrar e adorar se confundem, ainda nos tempos
atuais.
Tanabi, agosto de 2020
Prof. Dr. Antonio Caprio
–Tanabi
Biólogo e pesquisador.
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