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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

A MORTE – UM SEGREDO DA VIDA



A morte é um fenômeno natural imposto pela própria estrutura da matéria, tanto orgânica como inorgânica. O átomo é a base da matéria, tanto vegetal como animal e também química. É um processo, ou seja, acompanha uma série de fases que visam devolver ao meio todo o material utilizado nas milhares de milhões  de combinações que um corpo registra desde sua formação até sua total ‘desmontagem’. A reciclagem não é coisa nova. Nasceu com a própria vida.

Morto o individuo, deixa ele de pertencer ao grupo dos vivos, mas continua a fazer parte do  grupo dos mortos, e nalgumas religiões e sociedades humanas, desde os tempos das cavernas, continua a fazer parte do aglomerado de seres, vivos e não vivos. Muitos passam a ocupar altares e espaços específicos e especiais no campo da religiosidade humana. Honrar um falecido é respeitá-lo e transformá-lo em um ser extraordinário e, agora não vivo fisicamente, se torna num vivo não material, mas tão forte quanto antes da morte ou ainda mais.

O falecido tinha de ser velado na casa onde viveu. Ali tinha seu corpo banhado, ungido com óleos especiais, vestido com trajes que lhe davam conduta de liderança na comunidade e, sepultado ou cremado, seus restos mortais guardados como relíquia em espaços especiais, dentro do antigo lar, agora seu espaço espiritual. Os ameríndios eram sepultados com suas joias e utensílios que, segundo acreditavam, lhes serviriam na nova vida que haveria de ocupar. Os egípcios são exemplos clássicos da metamorfose que seus reis, escribas e altas divindades sofriam. Muitas civilizações costumavam sacrificar pessoas, sempre do sexo feminino, ou alguém que se oferecesse para acompanhar o falecido pelos campos da eternidade, sempre do estreito círculo de amizades e dependência do falecido fim de que, na outra vida, não se sentisse só. Isto era, mesmo que parecendo um paradoxo, uma honra para o escolhido para o sacrifício.  Não eram raros os sacrifícios de animais e até pessoas em funerais no seio da sociedade Egípcia,  Inca, Maia e Asteca e até do Japão e China.  

O tempo passou, os protocolos fúnebres se modificaram e hoje os velórios residenciais já não ocupam espaços na sociedade e os públicos tomam o mesmo rumo, em especial diante da pandemia hoje registrada. Os cemitérios se tornaram campos de sepultamento obrigatórios, não sendo mais permitido que um corpo seja sepultado em quintais ou mesmo espaços particulares, chácaras ou fazendas. Já não se pratica a preservação de espaços especiais na antiga residência, existindo, ainda que em numero bastante pequeno, prática de celebração de missas e cerimônias especiais comemorativas do aniversário da morte de um parente. Nos grupos sociais antigos, era crença que, o indivíduo morto, poderia fazer o mal ou o bem para aos que ficaram e para que apenas o bem pudesse ser praticado, celebravam oferendas constantes e mandavam fincar, no centro da comunidade, um totem, para que o morto nunca fosse esquecido. Portanto, morrer nem sempre foi um fato a se lamentar. Ganhava-se um espírito para que a proteção da família fosse ampliada.

Prof. Antonio Caprio – Tanabi –ago/2021

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