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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

S.O.S. CERRADO...

A escola fundamental ensina, em suas séries iniciais, um relativo conhecimento sobre BIOMAS, em especial os biomas brasileiros, embora se use demais o sistema ‘ “decoreba ”.

Lembremos, porém, o que é um bioma segundo as classificações científicas voltadas para o meio ambiente. Biomas são grandes áreas geográficas e biológicas que compartilham características físicas (clima, relevo, fauna, flora e vegetação). Podem ser classificados quanto ao meio, em terrestres e aquáticos e são muito importantes para a conservação da biodiversidade e do equilíbrio do meio ambiente. (google)
Em termos de planeta, temos as Tundras, Taigas, Floresta temperada, Floresta Tropical, Savana e Deserto. No Brasil, em especial em razão da extensa área territorial, temos os biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa.
As áreas dos biomas terrestres são: Amazônia 4.196.943 km2; Cerrado 2.036.448 km2; Mata Atlântica 1.110.182 km2; Caatinga 844.453 km2; Pantanal 150.355 km2 ; Pampa 750 mil km2, compartilhado com Argentina e Uruguai. No Brasil o Pampa mede 178.243 km2. Preocupa-me, e muito, a situação do Bioma Cerrado( ou cerradinho e cerradão) que é( ainda) a cisterna fornecedora de água para o Brasil central. O cerrado está sendo erradicado pelas queimadas pretensiosas para tornar o ambiente em pasto ou área para plantio da cana. É o segundo Bioma mais ameaçado Seus vegetais como o Ipê, o Angico, o Barbatimão, aroeira(praticamente extinta) a copaíba, o pequi e a conhecida jabuticaba, com suas raízes pivotantes, enriquecem o solo do Cerrado e garante a umidade natural do solo.
Nasci nesta imensa região, parte do noroeste de São Paulo. Estudei a fundo a importância deste bioma que, dia-a-dia está se tornando em um imenso pasto para gado ou o plantio de cana. O clima é definido como tropical sazonal, apresentando, sistematicamente, duas estações, com verões chuvosos(outubro até abril) e invernos secos( maio a setembro). Criança, colhia na periferia da cidade, onde o bioma cerrado dominava, sacolas de gabiroba, marmelo e goiabas, naturais, tendo de tomar cuidado com os tamanduás e jaguatiricas, macacos, papagaios, seriema, tucano, tatu, cobras, em especial a jararaca, o lobo guará, além de muitos pássaros, numa imensa área de grande potencial aquífero e enorme diversidade de vegetais, alcançando cerca de 11.627 espécies nativas, das quais 4.400 são endêmicas, ou seja, só existem num determinado local. Enfim, o Bioma Cerrado é, ainda, composto de 14.425 espécies de invertebrados, muitos à espera de classificação.
S.O.S. em favor do Cerrado. Não é só o Bioma Amazônico que pede socorro. O aquífero Guarani pode secar ou sofrer fortes interferências com a perda da água superficial e do vapor atmosférico se exaure sobrecarregado de gás carbônico.
Antes Cerradão, definhando para cerrado e caminhando agora para cerradinho e o que será amanhã?
Prof. Dr. Antonio Caprio- Biólogo - out/2024.-TANABI

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

A REPÚBLICA FOI UM BOM NEGÓCIO?





O Império Brasileiro se exauriu em 15 de novembro de 1889. A corrupção estava corroendo o sistema monárquico brasileiro, apesar de ser o Imperador D.Pedro II a grande reserva moral do Império. Sua saúde era inspiradora de cuidados especiais. Era geral o descontentamento dos grandes fazendeiros, em especial pela libertação dos escravos e estes eram os pilares de sustentação do II Império, tal e qual os Hebreus no antigo Egito. Os antigos escravos, pós Lei Áurea, perambulavam pelas cidades e estradas causando enormes crises sociais e gerando expressiva pobreza. O exército já não obedecia totalmente às ordens do Imperador, enfraquecido com as ideias republicanas disseminadas pelos jovens que estudavam na Europa e pela proibição imperial proibindo manifestações por parte de membros do exército em favor da República. A imprensa motivava a classe média, os liberais, e a população mais esclarecida em favor da mudança do sistema de governo. A Igreja se mostrava hostil ao Império e sermões em favor da República eram repetidos nos púlpitos de várias cidades brasileiras, principalmente nos grandes centros urbanos.
Os setores mais progressistas desejavam mudanças radicais. Era grande o movimento contra o analfabetismo e em favor do voto censitário e da educação para todos. A população ansiava por Justiça Social. A miséria grassava de forma assustadora. A Guerra do Paraguai acelerou a crise econômica, em razão de vultosos empréstimos feitos junto a bancos ingleses aprofundando de forma drástica e perigosamente a dívida externa, já alta. O Positivismo, de Augusto Comte, surgido na França no século XIX, ganhava, dia-a-dia, mais adeptos e nomes de peso entre os militares, estudantes, intelectuais, comerciantes, artistas, profissionais liberais e até membros do alto clero brasileiro e da política.
Rebelião entre vários setores do exército forçou o Imperador a demitir o Conselho de Ministros e seu presidente. Foi o estopim e o militar mais graduado do Rio de Janeiro, e mesmo contra sua vontade, Marechal Deodoro da Fonseca, assinou manifesto pelo fim do Império instituindo a República no Brasil. Era o dia 15 de novembro de 1889, quando o Império completava 67 anos no poder. Em dias de enorme tumulto social e político, no dia 18 de novembro a família imperial partiu para o exílio rumo à Europa. Por decreto elaborado pelo jurista Rui Barbosa, a partir de então, o Brasil seria governado por um presidente eleito pelo povo, e não mais um soberano vitalício.
Nasceu, entre muitas improvisações, a República, que durou, num primeiro momento, de 1889 a 1894, com Deodoro exercendo o papel de Presidente num governo provisório e frágil. Por razões de saúde e muita intriga política, em 1891 foi forçado a renunciar ao cargo, assumindo o vice, Marechal Floriano Peixoto, que não aceitava ser vice, intensificando a já forte repressão contra os apoiadores da monarquia. Foi implacável contra os imperialistas, que eram muitos. Seguiu-se um período com mortes e perseguições que deram nome a seu governo de República da Espada. Também em 1891, é outorgada a primeira Constituição Brasileira, instituindo o voto universal para os cidadãos, ficando as mulheres, os analfabetos e os militares de baixa patente, fora do rol. A nascente República atendia plenamente aos interesses da elite agrária do país, forma de garantir o poder e a república. A nova bandeira brasileira foi oficializada no dia 19 de novembro de 1889 e hasteada ao meio dia pela primeira vez no país. O Brasão Imperial foi substituído pelo losango em cor ouro, o céu de 15 de novembro de 1889, onde cada estrela representava e representa um estado e a faixa “Ordem e Progresso”, firmada com base no Positivismo Brasileiro, de Augusto Comte, liderado então por Benjamim Constant. Desde o advento da República o país nunca mais teve paz política. A ‘Senhora República’ completa neste ano de 2024, exatamente cento e trinta e cinco anos(135) e, não vai nada bem das pernas e nem o sistema político acha o caminho ideal, onde o fisiologismo dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário tornam o sistema cada dia mais vulnerável. Propalam diminuir despesas, menos as deles, que aumentam dia-a-dia.
Será que valeu a pena implantar a República no Brasil?
Prof.Dr.Antonio Caprio –Tanabi.- nov/2024- Ex-presidente do IHGG-Rio Preto e atual Diretor-Conselheiro.