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quinta-feira, 25 de maio de 2023

PERDÃO



Fala-se muito em perdão, quer no campo religioso, filosófico e até jurídico. E o que será realmente o perdão?

O Latim nos socorre e nos ensina que a palavra perdão vem de ‘perdonare’ que significa a ação de perdoar, ou ainda, de aceitar ou pedir desculpas, se propor a se redimir em relação a algo que não esteja de conforme com os preceitos humanos, filosóficos, religiosos e até no campo do Direito. Pode ser também usada como a ação da qual uma pessoa fica dispensada do cumprimento de um dever ou de uma obrigação. Em relação às pessoas, perdoar acontece quando alguém reconhece, de forma profunda, real que errou e precisa pedir desculpas para uma pessoa ou mesmo com um grupo delas. Para se exercitar o verdadeiro perdão é preciso uma profunda introspecção de realmente se pretender exercitar o verdadeiro ‘perdonare’ latino. Em suma, perdão é uma absolvição, um indulto, uma remissão ou ainda uma graça. Perdão é um antônimo ou o contrário de culpa, pena, condenação.

A palavra perdão pode ser usada de diversas formas. Ao se reencontrar com alguém ou mesmo para se comportar de forma educada numa roda de apresentações pessoais, onde se pode buscar uma continuidade na conversa ao se dizer “perdão, qual é mesmo o seu nome?” Este ato é comum, mas, a palavra perdão é mais usada em termos de se buscar a remissão de uma dívida, de juros, de mora ou mesmo de erros de lançamento de impostos e taxas. Ainda se usa, e muito, o perdão judicial em relação a culpa na abolição, perante o Estado, quando está envolvida a questão de delitos, em especial os vinculados ao código penal, relacionado ao homicídio culposo, quando as consequências de a infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária.

Num leque de aplicações, a palavra perdão é usada de forma bastante constante no campo religioso, não só nas doutrinas como no dia a dia da vivência sob determinado credo. No caso não há a figura do processo judicial ou mesmo social e sim o processo da purificação espiritual, consistindo o perdão na eliminação da raiva, da mágoa ou ainda do desejo de vingança. O plural de perdão, perdões, na definição gramatical, é uma interjeição e um substantivo masculino.

Segundo a filósofa Hannah Arendt, perdoar é a única solução possível para o problema de irreversibilidade da ação humana.

Prof. Dr. Antonio Caprio – Tanabi – sp. Ex-presidente do IHGG/ S.J.R.Preto e membro da Academia de Ciências Letras e Artes do Brasil – ACILBRAS, sucursal de Votuporanga, cadeira 910.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

RAZÃO





Ouvimos muito sobre quem tem razão, quem não tem razão, em especial nas rodas de conversas jogadas fora num café ou mesmo numa rodada de amigos sobre futebol e outros temas. Afinal, o que é realmente a razão?
No sentido geral, RAZÃO é uma faculdade de natureza intelectual de uso e origem na intelectualidade humana. É a capacidade do pensamento dedutivo. Uma faculdade de raciocinar, de ascender às ideias. No vocabulário humano a palavra vem do grego “logos”, significando a capacidade de pensar e falar ordenadamente, com medida e proporção de clareza de modo compreensível a todos e do latim “ratio”, significando, ambos pensar, falar ordenadamente, com clareza, de forma compreensível, juntando, unindo, medindo, calculando. É a faculdade humana de julgar, de raciocinar, de compreender, de ponderar. Pode ser usada de várias formas e em vários sentidos ao se fazer uma avaliação, ao se usar do bom senso, da prudência, da certeza que não admite dúvida. A razão exige e se alicerça na lucidez.
No que tange à Filosofia, a razão é a consciência moral que reflete a verdade e caminha pela ética e a capacidade moral e intelectual dos seres humanos abrangendo a propriedade fundamental e primordial das coisas. Não há o que se falar em razão quando o assunto envolve outros animais. A razão é uma propriedade fundamental do ser humano. O célebre filósofo francês Pascal (1623-1662) deixou escrito que ‘o coração tem razões que a própria razão desconhece’ Na frase ‘razões’ são as emoções do coração, do sentimento humano, distante da significação da ‘razão’ da consciência intelectual e moral da percepção das coisas.
A razão, enquanto suposições e premissas, é a capacidade humana que permite se chegar a uma conclusão. No campo intelectual, como seres racionais que são os seres humanos, por ela se chega a explicações de causa e efeito. A razão nos permite identificar e fundamentar conceitos abstratos resolvendo problemas de várias ordens, inclusive no campo jurídico, de descartar e formar novos conceitos, incluindo raciocínios que induzem ao aprendizado, à compreensão e ponderação ao julgar uma questão ou fato e que muitas vezes é classificada como inteligência. A razão é frequentemente contraposta aos não-humanos que parecem tomar decisões em determinadas situações, inclusive em perigo.
No campo do trabalho cerebral, no caminho da razão, o pensamento é tanto mais racional quanto mais conscientemente for pensado, exigindo que a forma conclusiva possa ser expressa em uma linguagem, inclusive na matemática, na física e outras áreas do conhecimento humano.
Há uma linha de filósofos que opõem a razão à imaginação levando em conta a capacidade humana de representar os objetos se acordo com suas capacidades secundárias, ou seja, as que resultam dos sentidos básicos. Dependendo da forma como a palavra é usada pode se chegar a tais conceitos diferenciados. A linguagem é, por excelência, rica e poderosa, mas claramente a razão é um processo que se desdobra de forma natural ao longo do tempo. Como se costuma dizer, o homem é a própria história do homem e a razão é a própria história da razão.
Prof. Dr. Antonio Caprio – Tanabi – sp = Past-presidente do IHGG/S.J.R.P e membro da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil – ACILBRAS, sucursal de Votuporanga, cadeira 910