Ouvimos muito sobre quem tem razão, quem não tem razão, em especial nas rodas de conversas jogadas fora num café ou mesmo numa rodada de amigos sobre futebol e outros temas. Afinal, o que é realmente a razão?
No sentido geral, RAZÃO é uma faculdade de natureza intelectual de uso e origem na intelectualidade humana. É a capacidade do pensamento dedutivo. Uma faculdade de raciocinar, de ascender às ideias. No vocabulário humano a palavra vem do grego “logos”, significando a capacidade de pensar e falar ordenadamente, com medida e proporção de clareza de modo compreensível a todos e do latim “ratio”, significando, ambos pensar, falar ordenadamente, com clareza, de forma compreensível, juntando, unindo, medindo, calculando. É a faculdade humana de julgar, de raciocinar, de compreender, de ponderar. Pode ser usada de várias formas e em vários sentidos ao se fazer uma avaliação, ao se usar do bom senso, da prudência, da certeza que não admite dúvida. A razão exige e se alicerça na lucidez.
No que tange à Filosofia, a razão é a consciência moral que reflete a verdade e caminha pela ética e a capacidade moral e intelectual dos seres humanos abrangendo a propriedade fundamental e primordial das coisas. Não há o que se falar em razão quando o assunto envolve outros animais. A razão é uma propriedade fundamental do ser humano. O célebre filósofo francês Pascal (1623-1662) deixou escrito que ‘o coração tem razões que a própria razão desconhece’ Na frase ‘razões’ são as emoções do coração, do sentimento humano, distante da significação da ‘razão’ da consciência intelectual e moral da percepção das coisas.
A razão, enquanto suposições e premissas, é a capacidade humana que permite se chegar a uma conclusão. No campo intelectual, como seres racionais que são os seres humanos, por ela se chega a explicações de causa e efeito. A razão nos permite identificar e fundamentar conceitos abstratos resolvendo problemas de várias ordens, inclusive no campo jurídico, de descartar e formar novos conceitos, incluindo raciocínios que induzem ao aprendizado, à compreensão e ponderação ao julgar uma questão ou fato e que muitas vezes é classificada como inteligência. A razão é frequentemente contraposta aos não-humanos que parecem tomar decisões em determinadas situações, inclusive em perigo.
No campo do trabalho cerebral, no caminho da razão, o pensamento é tanto mais racional quanto mais conscientemente for pensado, exigindo que a forma conclusiva possa ser expressa em uma linguagem, inclusive na matemática, na física e outras áreas do conhecimento humano.
Há uma linha de filósofos que opõem a razão à imaginação levando em conta a capacidade humana de representar os objetos se acordo com suas capacidades secundárias, ou seja, as que resultam dos sentidos básicos. Dependendo da forma como a palavra é usada pode se chegar a tais conceitos diferenciados. A linguagem é, por excelência, rica e poderosa, mas claramente a razão é um processo que se desdobra de forma natural ao longo do tempo. Como se costuma dizer, o homem é a própria história do homem e a razão é a própria história da razão.
Prof. Dr. Antonio Caprio – Tanabi – sp = Past-presidente do IHGG/S.J.R.P e membro da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil – ACILBRAS, sucursal de Votuporanga, cadeira 910
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