Caro visitante:

Seja bem vindo e divirta-se! Em nosso maluco mundo atual, o que não falta é assunto para comentar...ah, e não deixe de cadastrar seu e-mail aqui ao lado esquerdo da tela para receber novidades deste blog.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CHARLES DARWIN, UM HOMEM DE VISÃO



         Há mais de um século e meio que o naturalista inglês Charles Darwin assombrou o mundo com o lançamento de seu livro ‘ A Origem das Espécies’, em 1859. O homem levou cerca de três bilhões e quinhentos milhões de anos para entender, ou começar a entender, que os seres vivos sofrem sucessivas evoluções no transcorrer de uma escala de tempo-espaço. A ciência levou todo esse tempo para colocar num pedaço de papel a ‘Teoria da Evolução’, e sua vitrina a ‘Seleção Natural’. Comparativamente a Mendel, já no início do séc. XX, que não sabia nada sobre o gene, também Darwin desconhecia este elemento. Suas observações pelo mundo foram dignas de um gênio. Sabia que sofreria com isso, mas, não fez como Galileu frente aos inquisitores.
         Descoberto o ‘fio da meada’, sabe-se hoje que o gene tem como função básica codificar proteínas, que por sua vez desencadeia inúmeras reações químicas próprias dos seres vivos, bem como já se sabe que o gene não atua sozinho, o que fez nascer um dos mais ambiciosos projetos humanos – o do genoma humano, também chamado proteoma humano.
         Aristóteles, no séc.IV a.C. já estudava biologia, apesar de ser conceituada apenas no séc. XIX. Em 1665, o inglês Robert Hooke iniciou o estudo das células. Lineu cria o primeiro sistema de classificação de plantas e depois de animais. No mesmo século James Watson e Francis Crick abrem a caixa de segredos da estrutura molecular do DNA e começam a decifrar o genoma, fato consumado apenas em 2000. A geologia, a paleontologia, a antropologia, a biofísica e a bioquímica, a etologia (estudo do comportamento animal) e modernamente da ecologia, tudo num só caldeirão da bruxa Ciência, fez com que Darwin suspendesse o véu da evolução animal, e em especial, do ser humano. A clonagem, seja ela reprodutiva ou terapêutica, bem como a nanotecnologia, já abre as portas da ciência do futuro.
         Parece que o tempo não é muito amigo do espaço, apesar do tempo só existir de houver um espaço. Ptolomeu, no século II, ‘bolou’ seu geocentrismo (a Terra no centro do Universo). Passamos por Platão, Aristóteles, Filolau de Crotona, Giordano Bruno, Galileu e só Copérnico, em 1543, conseguiu desbancar a Terra de seu trono central com seu heliocentrismo (o Sol no centro). A coisa quase pegou, mas passamos por Tycho Brahe, Kepler, Newton e só Jean Bernard Léon Foucault conseguiu provar, com seu famoso pêndulo, que a Terra gira em torno de seu eixo. Foram cerca de dezesseis séculos. Levando-se em consideração a questão tempo, Charles Darwin é um sucesso, visto que só ele, de fato e de forma cabal, explicou, ou pelo menos começou a explicar, a evolução da vida na Terra nestes bilhões de anos. É lógico que antes de Darwin alguns arranharam a questão evolução, o mesmo acontecendo com Foucault, com relação à rotação da Terra.
         Darwin estava sobre os ombros de seus antecessores, tal como modestamente afirmou Newton, mas Darwin estava sobre e soube enxergar e compreender o que se colocava diante dos seus olhos.
         Parafraseando Richard Dawkins, ‘por que as coisas existem?’. Por que precisamos explicá-las? O que é a História? O que é o homem? Por que existimos? No caso de Darwin, o que o levou a escrever seu livro? O que ele queria provar e a quem? Certo é que Ptolomeu foi um gênio ao pensar na Terra como o centro de tudo, visto que até então ninguém pensava em tão estranho assunto. Apesar de tudo, aplausos ao gênio que por suas idéias fez morrer, pela Inquisição, muitos que ousassem dizer ou mesmo pensar em contrário. Aplausos a Copérnico que colocou o Sol no centro do já conhecido Sistema Solar, mesmo que bastante tarde.  Galileu gaguejou e foi processado porque dizia que a Terra girava. Negou, mas Foucault provou que ele tinha razão. João Paulo II em 1992 também. E daí?
         Tem razão Richard Dawkins em seu livro ‘O Gene Egoísta”. Ele aplaude Darwin, mas comprova que a seleção natural é um ato egocêntrico da vida e jamais altruísta como se pensava e ainda muitos pensam. Não há gene altruísta, aquele que resulta no bem de todo o conjunto. Impera o gene individualista, visto que a seleção não é realmente natural e sim individual. Diz Dawkins “...o amor universal e o bem estar da espécie como um todo são conceitos que simplesmente não fazem sentido do ponto de vista evolutivo”. Com Darwin, a vida inteligente da Terra alcançou a maioridade no momento em que o homem começou a compreender, pela primeira vez, a razão de sua própria existência e de como foi seu caminho desde seu surgimento no planeta.
         Pelo trabalho de Darwin, o ser humano busca entender, agora, qual seu papel neste formidável concerto da vida; neste estranho e maravilhoso rebento do Universo: a Terra.

         Tanabi, fevereiro de 2011



Nenhum comentário:

Postar um comentário