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sábado, 21 de maio de 2011

O DESEJO DE TER E O DEVER DE ALGUÉM ME DAR

           
            É impressionante como os jovens se posicionam na sociedade atual. DESEJAM TER  e se não tiverem, se voltam contra tudo e contra todos num desastre que se pode comparar a um gigantesco tsunami.
            Os pais são vistos como aqueles que DEVEM atender os desejos dos filhos. Se estes não atendem, arquitetam formas e meios de buscar a satisfação de seus desejos em outros níveis, seja quais forem estes, lícitos ou ilícitos à luz da legislação vigente. Vale qualquer ferramenta, desde que os desejos sejam satisfeitos e os objetivos alcançados.
            Um jovem de hoje não sabe o que é um correio elegante.  Não se conhece o significado de relicário, que acalentou tantas jovens na busca de seu príncipe encantado e muito menos do velho e consolador diário. O menino, adolescente ou jovem de hoje, não sabe o que foi uma coleção de lápis, de figurinhas, de papéis de bala, de personagens de Disney. Não sabe o que é jogar um peão, jogar bolinhas de gude, caçar passarinhos com arapucas e visgo. A menina de hoje não brinca mais de boneca, de casinha, de jogar amarelinha, de brincar de esconde-esconde, do jogo de adivinhas. Pega-pega, boca de forno, salva-pega, esconde-esconde estão nas prateleiras do passado. Pular corda, nem de longe. Festas caipiras, “tô fora”.
            Estão na moda os facebooks, os orkuts, os torpedos, os e-mails. Já não se olha mais olho no olho para se conversar. A geração ‘miojo’ toma conta de tudo. Tudo tem de se rápido, novo, diferente, motivador, empolgante, contagiante, gerador de adrenalina a quinhentos por segundo. Energia é para esbanjar, usar. Nada de reciclar. A moda é consumir, seja o que for. Nas salas de aulas o professor tem de inovar, cantar, se tornar num ator para ‘ ter graça’. Não agindo assim, a aula é chata, a escola é chata, o diretor é chato, o mundo é chato. Os concursos, os vestibulares, os processos seletivos, chatérrimos.
            Vivemos nos tempos dos ‘direitos’. Abaixo os deveres. Isto me cheira a época dos ‘hippies’. Viver é o que importa,pregavam. Os pássaros não plantam e comem, os peixes não produzem e vivem, por que não o homem? Viva a inércia. Abaixo as regras sociais. Deu no que deu...
            Agora é: tenho de ter. É direito meu ter. Você(?) tem de dar. É dever teu me dar.
Se não der, vou em busca do ter e vou ter, seja de que forma for. Se outros têm, por que não eu? Se outro tem, vou ter, mesmo que tenha de tirar o que outro tem, de roubar o que outro conseguiu, de furtar o que tenho o direito de ter. Se não tiver, vou buscar o sonho de ter na droga, no crack, no álcool, no mundo virtual...
            O homem até agora  sobreviveu às oscilações sociais, políticas, progressistas, econômicas, onde a minoria sempre comandou a maioria. Temo pela fase que ai vem, e forte: a fase do direito de ter e o de seu dever de me dar. Isto nunca aconteceu. Os limites sempre foram respeitados, doessem ou não. A liberalidade sexual, racial, social, consumista está gerando um centro de forças descomunal. Este ponto gerará um ‘big-bang’ de força desconhecida e poderosa. O volume de direitos extravasa os limites básicos de segurança. Sinal vermelho em todo o planeta e em especial em países como o Brasil. As salas de aulas, reduto que garantia o futuro, estão se tornando em mecanismos de contagem regressiva para a explosão que se avizinha rápido. O gatilho está prestes a ser acionado. Temo em imaginar o que vem por ai.  O alvo está à frente do projétil, e este é o próprio homem social.
            Quem pode segurar este dedo não sei. Realmente não sei...

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