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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

MEMÓRIA CONSTITUCIONALISTA DE 1932


O Brasil era governado de forma ditatorial em 1932 pelo senhor Getulio Dornelles Vargas. Estávamos sob forte ditadura sob todos os aspectos e os paulistas não concordavam mais com as ordens do Palácio do Cadete, sede do Governo Federal. São Paulo carregava sob as costas as despesas do governo central e de outros estados. A liberdade era ficta. As bocas eram caladas e os discordantes punidos sob várias formas. Era interventor em São Paulo o Sr. Pedro de Toledo, homem de elevado preparo, civil e paulista
Em 23 de maio de 1932 eclodiu forte e preparado o levante de São Paulo por uma nova constituição e, como plano secundário e para alguns até principal, a separação de São Paulo da Federação Brasileira. Pedro de Toledo procurava harmonizar os interesses do governo de São Paulo com os da República e acabou vencido pela voz do povo paulista que o queria como Presidente do Estado de São Paulo.
A tarde de 23 de maio anunciava-se com o por do sol vermelho como nunca parecendo uma previsão do que iria acontecer. O sangue paulista fervilhava nas veias de todos e o nervosismo tomava conta como que algo prestes a explodir. Alguém iniciou o canto do Hino Nacional e o rastilho foi aceso. Impressionante massa humana se reuniu e blocos antagônicos se enfrentaram e tombam quatro jovens na Praça da República e mais tarde uma quinta vítima se registrou. Morreram Mario Martins de Almeida,Euclydes Bueno Miraguaia, Drausio Marcondes de Souza, Antonio Américo de Camargo, mortos no dia 23 de maio  e Orlando de Oliveira Alvarenga, que morreu no dia 12 de agosto. Dos nomes dos quatro primeiros surgiu  a sigla ‘M.M.D.C.’ Esta sigla permanece até hoje lembrando o grande movimento paulista de 1932 em busca da liberdade e do combate à tirania. A morte destes jovens levou toda a juventude paulista para o campo de batalha e fez tremer os alicerces do regime totalitário de Vargas.
O povo paulista aderiu em peso ao movimento com cidades que acabaram ficando divididas quanto ao apoio às propostas do movimento. No dia 9 de julho de 1932, Pedro de Toledo, pressionado pelo poder central, renunciou à interventoria e ficou do lado do povo paulista.. Seguiram-se três meses de luta onde as palavras de ordem eram: coragem, valor, abnegação.
O movimento durou de 9 de julho a 4 de outubro de 1932, em oitenta e sete dias se sangrenta luta e domínio mais forte do poder central. Oficialmente registraram-se 934 mortos, mas, afirmam que o número chega a 2.200 combatentes. No dia 23 de maio é comemorado o dia do Soldado Constitucionalista e o dia 9 de julho é feriado paulista onde acontecem em vários pontos do estado intensas comemorações.
Foram emitidos bônus e selos comemorativos, buscando angariar recursos financeiros para as enormes despesas com a guerra, bem como emitidos distintivos militares e civis, dentre eles anéis e broches, que eram usados durante a revolução. Campanhas de arrecadação de ouro e prata corriam de cidade em cidade, onde pessoas doavam as próprias alianças de casamento e jóias de família para financiar o movimento.
No dia 29 de setembro de 1932, já exauridas as forças paulistas, Pedro de Toledo e seu gabinete assinam documento de rendição (armstício), sendo iniciadas as negociações para o restabelecimento da paz. Sob o ponto de vista militar, São Paulo, traído da insídia e da felonia, foi derrotado pelas forças tremendamente superiores da ditadura, politicamente. No entanto, pelo menos na essência, saiu vencedor: a ditadura sem mais delongas, teve que reintegrar o país sob o regime da lei instituindo nova constituição.
Vários brasileiros foram deportados. A primeira turma, composta dos principais líderes revolucionários, foi transportada a bordo do Navio “Pedro I” e depois transferida para o “Siqueira Campos”, chegando a Lisboa no dia 18 de novembro. O Governo central usou da força para mostrar aos outros estados brasileiros que o ‘atrevimento’ de São Paulo não poderia servir de modelo para nenhum outro ente da federação.
No centro de São Paulo, em monumento especial lembrando o movimento, Guilherme de Almeida deixou gravado: “Aos épicos de julho de 32, que fiéis cumpridores de sagrada promessa feita a seus maiores – os que houveram as terras e as gentes por sua força e fé – na lei puseram sua força e em São Paulo, sua fé.”.


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