Mais um ano. Cento e trinta e quatro pós fundação. O que comemorar? Tivemos acertos? Tivemos erros? Erraram nossos administradores desde o ato primeiro? Acertaram onde? Quem mais acertou? Quem mais errou? Temos respostas para todas estas angustiantes perguntas. Muitas não são agradáveis, outras sim. Acertamos mais do que erramos? A linha do tempo não para. Antes, em 1882, éramos o único município depois de Rio Preto, fundado em 1852 Hoje centenas de municípios e alguns muito à nossa frente. Por que não crescemos como deveríamos ter crescido? O tempo escoa eternamente na linha dos anos, dos séculos. Cavalo arriado passa, diz o populacho. O nosso passou algumas vezes e não tomamos atitudes. Outros tomaram. Perdemos nossa comarca em 1927 no lamentável episódio do “cacheado”. Em 1928 ficamos atrelados à comarca de Monte Aprazível e só alcançamos autonomia em 1944. Em 1936 perdemos a EFA – Estrada de Ferro Araraquarense que foi desviada, numa curva avantajada para a margem direita do São José dos Dourados quando deveria passar onde hoje é a Vila Thomaz. Criou-se a Estação de Engenheiro Balduíno só voltando ao trajeto inicial nas imediações onde hoje é Ecatu. Nem Monte Aprazível nem Tanabi. Nova perda. Tentou-se consertar o estrago com a criação da Estação do Sapé, na década de 60 e outro fracasso. Crescemos com sofreguidão em termos imobiliários em nível urbano e se avolumaram problemas e responsabilidades nos aspectos sociais e de segurança. No campo do ensino não conseguimos uma Diretoria (antiga Delegacia); na Segurança Pública adeus ao Batalhão, perdendo de novo para Monte Aprazível. A Delegacia Agrícola chegou a ser criada e logo desapareceu. A indústria de bebidas Antárctica ensaiou vir para Tanabi e não conseguiu, fato semelhante ocorreu com a Chincariol. Riachuelo e Pernambucanas foram embora. Idem o Colonial. Nossa indústria de bebidas perdeu força e quase evaporou. Nosso frigorífico avícola bateu asas. Nossa faculdade veio e não ficou. Nossos grandes desfiles evaporaram. Nosso Tiro de Guerra perdeu a batalha. Nosso cinema terminou num filme triste. Nossa estação de tratamento de esgotos enroscou. Erros seríssimos e com grandes repercussões na linha do tempo das pessoas, das empresas e da cidade. Um elo sozinho nada vale. Um conjunto de elos se torna numa bela corrente. Se não unirmos nossas forças ficaremos ao sabor do ‘ se Deus quiser”. E o tempo passou. Pessoas passaram. Tudo passa. Mesmo assim somos a Terra das Borboletas. Continuamos a sê-lo. Sempre seremos. Nosso lema é “ semper fluit flumen papilionum” (sempre corre o rio dos borboletas), embora poluído, sem borboletas e sem vida. Será exagero meu? Lembro que isto não é uma crítica e sim uma reflexão. Desejo que não erremos mais. Apesar de tudo, coisas boas aconteceram nestes anos todos. Diante disso, parabéns Tanabi e sua gente de ontem e de hoje por mais um aniversário.
Um lembrete, em especial à classe política: Juízo.
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