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quinta-feira, 6 de maio de 2021

O HOMEM E A NATUREZA...

 


Anotações....

O ser humano tem, segundo a Ciência antropológica, cerca de 2,5 bilhões de anos. Os vegetais ultrapassam 3,5 bilhões de anos e são tão antigos quando a própria Terra, cuja centelha de vida deve ter sido deflagrada na imensidão dos mares e oceanos.  As raças humanas perambularam por vários pontos do planeta e conviveram, algumas delas, com os mais antigos animais e imensas árvores e florestas, onde a natureza imperava e assustava os humanoides escondidos em cavernas, e atribuindo à natureza, poderes sobrenaturais que, em muitos casos, ficaram gravados em paredes seculares de suas moradas iniciais, criando seus deuses e vendo neles o poder do próprio planeta e de seu desconhecimento de tudo o que o cercava.

Observando os animais de seu meio natural, percebeu que eles se reproduziam em rituais que passou a conhecer e usar. Da mesma forma observou que sementes de frutos  geravam novas plantas e deles ele se valia para sua alimentação básica. Era vegetariano e os grandes incêndios naturais fizeram com que ele conhecesse e dominasse o fogo e os animais mortos e alcançados pelo fogo o que fez com que ele pudesse descobrir a carne mais saborosa e macia. Das peles percebeu que poderia criar formas de defesa das intempéries. Dos ossos fez as primeiras armas de defesa e a florestas continuava a lhe ensinar como viver,  como se alimentar e como se  reproduzir. Imitando o lagarto picado por uma cobra, mais forte e poderosa,  viu que ele, fugindo, mascava certas folhas que o curava, anulando o veneno e nasceu nele o conhecimento de mais uma preciosa função da natureza vegetal em seu favor.

 O homem primitivo, naturalmente silvestre, admirava, com alta dose de percepção, como os pássaros e alguns animais como macacos, gibões e outros  se alimentavam de determinadas sementes e frutos. Observava que, alguns, eram rejeitados, embora aparentemente apetitosos e percebia, que se fossem comidos, morriam e com isto aprendeu a selecionar o que poderia ou não usar em sua alimentação e na alimentação de seus familiares ou até da aldeia.  Estes comportamento foram sendo assimilados e passados de geração para geração, tornando-se  no conjunto de conhecimentos dos homens de antanho e por conseguinte, nos de hoje.

Em dias e noite de intensos vendavais, ao ouvir os estrondos dos trovões e os raios cortando os céus pensou serem os deuses se manifestando e buscou criar rituais para aplacar a ira dos mesmos e ao mesmo temo em agradá-los de forma a que fossem premiados por seus atos bons e julgados pelos maus. Construiu seus totens como imagem de seus supostos  deuses e os pajés passaram a interpretar seus desejos sob a ação de emanações de gases oriundos de fumaças de folhas e galhos que entendiam ser representantes de seus seres superiores e ordenadores da natureza.

As pajés se investiram em poderes que entendiam ter e começaram a usar das plantas e das seivas para minorar o sofrimentos dos irmãos adoecido, tomados pelos espíritos maus e as religiões começaram a serem traçadas em seus primórdios, unindo-se as coisas da natureza às coisas das divindades que elegiam. Se mortos, estes passavam a pertencer ao panteão dos espíritos que se juntavam na proteção da tribo ou mesmo dos familiares dos grupos.  Fustel de Coulange retrata, no século XVII este período com perfeição em sua magistral obra de 1864, sobre a criatividade humana, sua religiosidade e vida bem como  o entendimento de seus males e formas de vida e religião.

Os astros, em especial o Sol e a Lua eram divindades que presidiam os dias e as noites e, mesmo já nos temos dos egípcios, eram portadores da vida e da morte e ligavam o homem simples aos deuses que comandavam o universo. Gregos e outros povos faziam da vida vegetal a salvação das vidas, a cura dos males e muitas vezes para terminar com uma vida, como ocaso  da cicuta e do Filósofo Sócrates.

Os indígenas, mesmo assim chamados de forma errônea num passado distante formavam povos que, mesmo próximos, participante do mesmo ambiente territorial, não eram amigos, e até pelo contrário, vivendo em constantes guerras e disputando os alimentos e até a própria floresta, chegando ao ponto da antropofagia, não em razão da fome, mas da aquisição da coragem dos adversários. As línguas eram diferentes, diferentes eram os entendimentos da natureza e cada um criava seu panteão de deuses para viverem em paz com o meio ambiente. Sabiam que, matando peixes em épocas de procriação, estavam agindo errado porque as fêmeas deixavam de procriar e com isto seus alimentos estariam comprometidos com seus próprios futuros. De Nômades passaram a plantar seus alimentos e todos eram advindos da grande mãe floresta, Gaia.

Nasceram destas necessidades e observações  a necessidade da fitoterapia, praticada elas mulheres, substituídas depois pelos curandeiros, tendo noticias que cerca de 3.000 anos de Cristo os chineses já praticavam o culto às plantas, vendo nelas divindades e no tempo do antigo Egito, os sacerdotes cultuavam as plantas com formas de minorar os males humanos e até prolonga a vida humana.  Assim se vê de forma constante nos tempos bíblicos que se perdem na linha do temo. A estão entre os índios era coletivista e se alicerçava na cooperação, onde cada membro tinha sua posição e função. Os anciãos eram os depositários da toda a história e genealogia da tribo e eram venerados como condutores da tribo e o comunicador direto dos anseios da tribo para com as entidades espirituais.

Com a chegada dos portugueses, franceses, holandeses e outros ao Brasil inicial, foram “assassinadas” literariamente centenas de línguas nativas, restando hoje poucas delas e em extinção acelerada. No século XVI existiam quatro agrupamentos linguísticos destacados, o tupi-guarani, que era presente em quase toda a América do Sul, o jê, o caribe e o aruaque. Os jesuítas, que seguiam o pensamento da Europa, viam como cultura apenas os povos que possuíam símbolos de civilização e progresso e isto levou grande parte dos pensadores na busca de uma hierarquia cultural. Por não possuírem estes atributos, os jesuítas, em especial, sacrificaram centenas de índios por não aceitarem a doutrina cristã, por se posicionarem firmes com seus deuses, principalmente Tupã. A crença indígena era animista, acreditando em seres sobrenaturais e divinos como o Sol, a Lua e as florestas. Os indígenas alicerçavam suas religiões(em formação) por um conjunto de mitos e acreditavam em entidades espirituais no controle da natureza à sua volta. Os Jesuítas e outros colonizadores tentaram escravizar o índio, mas este não aceitou as correntes e o trabalho, visto que ele, criado na natureza, por certo jamais aceitaria se submeter a outro animal, em especial o homem branco.

A fitoterapia nasceu com o próprio homem, mas alcançou, depois dos anos 1500, força especial com a somatória do trabalho dos alquimistas  onde a fusão dos minerais com os vegetais alavancou de forma extraordinária o domínio humano sobre os princípios químicos dos vegetais e dos minerais na inaugurando a época da Química no rol dos  conhecimentos da Ciência.

O uso de plantas como elemento medicinal é tão antigo quando o próprio homem. O velho boticário, entre os brancos, os naturalistas como os pajés nas comunidades indígenas, os curandeiros, em todos os grupos sociais humanos,  os feiticeiros, as bruxas, inclusive no nosso folclore mundial,  se  perde na linha do tempo , sendo de grande destaque os alquimistas no mundo mais moderno, e hoje os cientistas em vários campos com a ajuda imprescindível da tecnologia e mais recentemente da nanotecnologia.

A malária matou milhares de pessoas no século XIV e foi no meio de uma antiga selva e com seus habitantes naturais da América do Sul,  que se encontrou um lenitivo para tamanha peste:  o chá da casca de cinchona. Na Europa, no século XVII, pelos químicos franceses Joseph Plletier e Joseph Caventon, foi isolada a quinina. No Brasil, na construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, o uso do quinino evitou a morte de grande numero de trabalhadores e o remédio veio  floresta brasileira e por indicação de um antigo curandeiro da região. O índios, observando que alguns animais, machucados por lutas ou galhos pontiagudos, se esfregavam numa determina árvore até que sua seiva( óleo) alcançasse o ferimento e nascia o fantástico óleo de copaíba, eficaz cicatrizante. Índias parturientes eram salvas em partos difíceis, por infusão com folhas colhidas por outras mulheres da aldeia, e em poucos minutos o parto que poderia ser fatal para a mãe e a criança eram resolvidos. Centenas de indígenas picados por cobras, insetos e animais,   foram salvos pelos pajés com seus remédios naturais colhidos no grane laboratório das florestas. 

A alquimia nasceu e floresceu na Idade Média num mosaico de arte, magia e ciência, esta última desconhecida com esta denominação. Buscavam o ‘elixir da vida’ fator básico da imortalidade e a ambicionada ‘ pedra filosofal’. Historiadores  dão a alquimia como nascida na China há cerca de 4.500 anos a.C. com registros memoráveis de alquimistas que prepararam os caminhos da química e a farmacologia modernas. A Inquisição foi um grane entrave nos caminhos da alquimia, tratada pelo Tribunal do Santo Ofício como bruxaria, levando a fogueira inúmeros homens e mulheres eu usavam do grande laboratório do planeta, as florestas do mundo.

Estima-se que em 1500, existiam por volta de quatro milhões de indígenas na região que hoje denominamos Brasil, não se incluindo ai , por questões geográficas, os Maias, os Incas e os Astecas. Hoje o numero não passa de um milhão e ainda registra cerca de 250 etnias. A população brasileira é um conjunto miscigenado e pluricultural. No campo de culinária, são muitos os pratos existentes ainda hoje e que são apreciados por grane parte dos brasileiros, e destaca-se nisto. O excelente artesanato indígena.

(anotações Caprio) .

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