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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A DITADURA MILITAR NO BRASIL



             Para que não caia no esquecimento por parte dos mais adultos e seja de conhecimento dos mais jovens, é preciso jamais esquecer o que aconteceu no Brasil de 1964 a 1985, e para se entender o golpe militar de 1964, necessário se torna um pequeno recuo na história do Brasil. A este recuo podemos chamar de Terceira República Brasileira, com o afastamento de Getúlio Vargas em 29 de outubro de  1945. A União Democrática Nacional, a poderosa UDN era oposição ferrenha a Getúlio. A figura mais destacada era o empresário e jornalista Carlos Lacerda, somando-se a ele Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, Júlio Mesquita (O Estado de São Paulo) e a família Marinho ( Globo) É legalizado no Brasil o Partido Comunista Brasileiro, o PCB,dirigido por  Luís Carlos Prestes.
            Era chamado de ‘Partidão’ e a ele se associavam Graciliano Ramos, Jorge Amado, Caio Prado Júnior, Cândido Portinari, Luiz Carlos Prestes e outros. Com a queda de Getúlio assume o General Eurico Gaspar Dutra, do Partido Social Democrático, o PSD. Em 1947 Dutra decreta a ilegalidade do PCB, sendo fechada a Confederação Geral dos Trabalhadores e mais de cem sindicatos e iniciada intensa perseguição aos comunistas. O Brasil rompe relações diplomáticas com a antiga URSS. Neste ano são fechados os cassinos e decretada a proibição dos jogos de azar (bicho).
            Em 1950 Getúlio se reelege pelo voto popular tomando posse em l951. Sob fortes e violentas pressões governa até 1954, sendo a última luta o famoso atentado da rua Tonelero, onde morre um auxiliar de Lacerda e este fica ferido. Getúlio morre no Palácio do Catete em 24 de agosto de 1954, havendo quem defenda o suicídio, com o o que discordo frontalmente. O caudilho havia enfrentado lutas maiores e emergido, apesar dos arranhões. Assume o vice João Café Filho. Em1955 é eleito Juscelino Kubistchek de Oliveira, tomando posse em 1956. Em 1961 toma posse Jânio da Silva Quadros, que renuncia em 25 de agosto. O Vice João Belchior Marques Goulart é impedido de assumir o governo, só o fazendo com a reforma da Constituição de 1946, por força e imposição dos militares, instituindo-se o Parlamentarismo no Brasil, com duração de 1961 a 1963 atuando como Primeiro-Ministro Tancredo Neves, depois substituído Brochado Rocha. É realizado no país em 1963 um plebiscito e o Brasil volta ao sistema de governo presidencialista. O populismo de João Goulart e suas propostas de reformas políticas acabaram por provocar intensa reação militar e popular, sendo derrubado em 31 de março de 1964, assumindo o governo em abril o general cearense Humberto de Alencar Castello Branco.
            Pelo Ato Institucional nº 1 são cassados mandatos de inúmeros parlamentares e políticos. Pelo Ato Institucional nº 2, foram  extintos todos os partidos políticos, ficando apenas dois: A Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Estava instituído o bipartidarismo no Brasil. Em janeiro de 1967 é decretada a sexta Constituição Brasileira, institucionalizando a ditadura militar no Brasil, que duraria até 1985. Em 13 de dezembro de 1968 é baixado o AI-5, conferindo ao Governo o poder de fechar o Congresso, cassar mandatos, suspender os direitos e o habeas corpus, instituindo a repressão, a censura plena e outras agressões.  Segue-se com o general Emilio Garrastazu Médici os doloros anos de chumbo, com o exilios,mortes,prisões e desaparecimento de centenas de pessoas.
            Durante estes anos o país passou por amargas experiências no campo dos direitos individuais, coletivos e humanos. A repressão acabou por alcançar a todos os brasileiros, em especial àqueles que se atrevessem a emitir opiniões contra os ditadores militares, repressão essa que ia dos altos escalões nacionais até uma simples vila no território brasileiro. Foram muitos os brasileiros exilados e perseguidos, inclusive mortos de forma anônima nas masmorras do poder militar.
A angústia e o sofrimento dos brasileiros contra o estado ditatorial implantado pelos militares em 1964 tiveram fim com a aprovação das eleições indiretas para Presidente e vice-presidente da República, fato que acabou sendo realizado depois de muitos sacrifícios pessoais de brasileiros de todos os cantos do país que lutavam e sonhavam pela redemocratização do Brasil.
 Eleição indireta, realizada em 1985 através de Colégio Eleitoral, acaba elegendo Tancredo Neves, para Presidente da República com 480 votos, ficando em segundo lugar Paulo Maluf, com 180 votos. Tancredo morre antes de tomar posse e assume o vice José Sarney. O poder volta, finalmente, para as mãos dos civis, restabelecendo-se eleições diretas e secretas em todos os níveis, devolvendo-se ao Brasil e aos brasileiros sua verdadeira identidade voltada sempre para seus ideais de liberdade.
A experiência vivida de 1945 a 1985 foi uma aventura que, apesar das grandes chagas deixadas, fortaleceu o brasileiro na necessidade de se fazer de nosso país uma verdadeira democracia, voltada para o povo, pelo povo e para o povo.
Há, porém, ainda muito por se fazer e devemos caminhar sempre na busca deste ideal que custou a vida de muitos brasileiros em nosso passado, que, com dedicação e amor à pátria, construíram nosso presente, cabendo a cada um de nós, agora, continuarmos a escrever a história de nosso país.
A História acontece e precisa ser rememorada e cultuada, visto que é através dela que um povo alcança sua plena e desejada democracia e transforme esta numa perfeita ferramenta da cidadania.

Tanabi, fevereiro de 2011.




Um comentário:

  1. Se nos esquecemos do passado, jamais aprenderemos a fazer do presente um futuro melhor.

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