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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O BRASIL E SUAS RIQUEZAS NATURAIS


            Nosso país tem seis biomas que impressionam o mundo. Temos regiões que encantam aos mais desavisados turistas ou colecionadores de fotos. Nossa diversidade biológica é praticamente própria, onde animais e vegetais coabitam em condições geológicas e climáticas com incríveis proximidades. O cerrado e a mata atlântica impressionam e se destacam. Usei a expressão ‘nosso’ e fico preocupado com o fato, visto que este ‘nosso’ é curiosamente do alheio pela forma como são tratados os biomas ditos brasileiros.
            A floresta amazônica está sendo sistematicamente devastada apesar das fortes pressões internas e externas. Desde a década de 70, mais de 67 milhões de hectares de mata já foi  ao chão, o que representa quase 20% da Amazônia original. Esta devastação tem raízes históricas. Aprendemos na escola que o ciclo do pau-brasil foi uma forma de surrupio da madeira vermelha pelos colonizadores. Pilharam tanto que hoje restam alguns exemplares em praças públicas. O ciclo da cana-de-açúcar já levou o Brasil a falência e o atual dará ao país uma viagem sem volta. Estamos ‘fabricando’ alimento para veículos, produzindo açúcar e compramos gêneros de primeira necessidade quando já fomos o esperançoso ‘celeiro do mundo’.
A outrora Mata Atlântica que ia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul hoje mostra uma nesga que não chega a 8% do original. Este bioma ocupava 1,3 milhão de quilômetros quadrados, restando hoje apenas 91 mil quilômetros quadrados. A região ainda reúne um elevado número de espécies de vegetais, por volta de 250 espécies de mamíferos, quase 1.000 tipos de aves, 300 de répteis e quase 500 tipos de anfíbios. É a área que mais está em perigo dentre os outros biomas.
            A falta de uma política clara (e corajosa) por parte do governo federal provoca inúmeros procedimentos em nome do tão propalado ‘progresso’. As disputas econômicas acabam falando mais alto que as normas criadas para o controle e proteção ambiental, bastando se ver o licenciamento concedido para construção do complexo hidrelétrico do rio Madeira com a construção das usinas de Santo Antonio e Jirau, no estado de Rondônia. A onda desenvolvimentista tomou conta do processo e tudo se resolveu em favor do progresso, é claro. Pergunta-se: de quem?
            Vemos em 3D os procedimentos de Belo Monte, em Altamira, no Pará. O governo diz que precisa desta usina e a inclui no PAC. Valores superestimados, ataque frontal ao meio e, outra vez, o progresso fala mais alto. Argumento: precisamos evitar novos apagões,termos mais energia para não sofrermos colapsos em ‘nossa’ economia. E, tal como aconteceu na Mata Atlântica, outros biomas vão sendo desmontados, lenta e gradativamente num processo de ocupação que caminha alimentado pela ganância e, sobretudo, pela corrupção.
            Forças externas, como sempre se somam aos processos, partidos dos vários segmentos do mercado mundial. Como antídotos frágeis, vemos os movimentos pela preservação da natureza que acabam virando meros ‘slides’ na montagem do filme principal. O Brasil contribuiu com o efeito estufa, assina o protocolo de Kyoto,  mas não tem obrigação de reduzir as emissões. Começamos com as capitanias hereditárias e estamos repetindo erros semelhantes, onde determinados ‘donatários’ do país e estrangeiros definem como usar a terra brasileira e o que dela extrair.
            O Pantanal cobre 1,8% do território nacional. É um autêntico viveiro ao ar livre, com mais de 3.500 espécies de plantas e quase 500 tipos de aves e praticamente 130 tipos de mamíferos  com 200 tipos de répteis e mais de 40 tipos de anfíbios.O Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, ocupa cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados, representando quase 24% do território brasileiro. Temos o cerrado, o cerradinho e o cerradão, com cerca de 10 mil espécies vegetais com cerca de 200 tipos de mamíferos, 600 tipos de aves, 225 tipos de répteis e mais de 250 de anfíbios. É uma dádiva da natureza e está, também, à mercê de ataques constantes que geram um enorme número de seres vivos em extinção rápida.
            Os campos sulinos emprestam beleza singular ao Brasil e são chamados de pampas gaúchos. São 176,5 milhões de quilômetros quadrados, representando 2% do território brasileiro, que se estendem em direção ao Uruguai e Argentina. São campos cobertos por gramíneas ostentando cerca de 3 mil tipos de plantas, cerca de 100 tipos de mamíferos e praticamente 500 tipos de aves. A Amazônia tem cerca de 4,2 milhões de quilômetros quadrados, equivalentes a 49,3 % do território brasileiro. Mais de mil rios formam a rede fluvial da região constituindo-se na maior bacia hidrográfica do planeta. Mais de 40 mil tipos de vegetais e mais de 1,3 mil de aves, cerca de 400 tipos de répteis e quase 500 de anfíbios. A caatinga  é limitada a 844,4 mil quilômetros quadrados de área, representando por volta de 10% do território brasileiro. É semi-árido e de solo pedregoso e único em todo o mundo. Possui  ‘ilhas de umidade’, assemelhando-se a oásis, vivendo ali cerca de 1.200 espécies de vegetais, por volta de 150 mamíferos, 350 aves e 100 espécies de répteis e 40  tipos de anfíbios.
            Nem muito quente, nem muito frio, o Brasil apresenta um clima que passa, em poucas horas, por várias modalidades de tempo. Com chuvas de verão, tempestades e estiagens, apresenta uma diversidade de variações que propiciam a produção de inúmeros tipos de grãos, frutos e folhagens na área das hortaliças. Pero Vaz de Caminha preconizou: neste solo, em se plantando tudo dá. E tinha e continua tendo razão, mas, a agropecuária, a mineração, o contínuo desmatamento para dar lugar à cana e outros produtos como a soja, somados à extração continuada de produtos minerais deteriora o meio ambiente e alcança a própria vida como um todo no planeta Terra. Não adianta comemorar a queda no ritmo de desmatamento na região amazônica. O que realmente o país precisa é dar um basta às tolices e abusos sob vários rótulos que grassam por todo os biomas do Brasil.
            Houve um tempo em que o governo pregava com ufania: Ou acabamos com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil!.
            Qual seria hoje o ‘slogam’ para o que estão fazendo hoje com os biomas brasileiros?

 

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