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sexta-feira, 25 de março de 2011

A MALDIÇÃO DE PEDRO II

          



            Trezentos e oitenta e nove anos após o “descobrimento” do Brasil é proclamada em 1889 a República. A palavra República indica forma de governo em que o supremo poder é exercido, temporariamente, por um ou mais cidadãos eleitos pelo povo. O sistema é presidencialista.  O primeiro e o segundo Império tiveram seus altos e baixos, mas, o segundo foi o período em que mais o Brasil cresceu, sob todos os sentidos. Os oligarquistas agrários de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro derrubaram o Imperador Pedro II, banido com a família para a Europa morrendo dois anos após em Paris, de pneumonia.
            Deodoro, no dia anterior a 15 de novembro de 1889 passou a tarde toda no palácio com o amigo e Imperador Pedro II.  No dia seguinte derruba o Imperador e assume o governo provisório sob o sistema republicano, renunciando em 1891 sob enorme pressão de seu vice, Floriano Peixoto que assume o poder. Este imediatamente tem de enfrentar movimento armado contra o seu governo. A República Velha vai de 1889 a 1930 sob fortíssimas pressões e sem paz em nenhum momento. A maldição da República parecia nascer forte e assustadora.
            De 1893 a 1897 a República enfrenta Antonio Conselheiro na conhecida revolta de Canudos. Morrem milhares de brasileiros. De 1893 a 1895 a República arde com a Revolta Federalista.  Só em 1895 é eleito o primeiro presidente civil, Prudente de Moraes. Em 1904 Rodrigues Alves enfrenta a Revolta da Vacina. A paz jamais esteve presente em seu governo. Hermes da Fonseca não teve paz com a Revolta da Chibata, em 1910, com a Revolta de Juazeiro, em 1911 e o Contestado em 1912. Explode no Rio de Janeiro movimentos de insurreição em 1922 e em São Paulo em 1924. As Revoltas Tenentistas não dão um minuto de paz ao Governo Republicano.
            Em 1924 a rebelião tenentista em São Paulo exige a renúncia de Artur Bernardes. A luta entre civis e militares chega a pontos extremos. O Presidente Washington Luiz mantém o país em estado de sítio desde sua posse em 1926. A maldição da República está mais forte do que nunca. A quebra da Bolsa de Nova York quebra também o Brasil. A economia brasileira e o declínio do café reforçam a maldição da república.
            Em 1930 explode a Revolução que leva Vargas ao Poder. A Revolução de 32, a Intentona Comunista, o Estado Novo, Lampião, a declaração de Guerra do Brasil à Alemanha e à Itália e a morte de Getúlio em 24 de agosto de 1954. Nada de paz na República. A “maldição” parece continuar forte. Chega 1956 e assume Juscelino Kubischek. É inaugurada Brasília em 1960. Jânio chega e sai. O poder é dividido entre Jango e militares, depois assumem estes e a ditadura militar ultrapassa 20 anos. Golpes, contra-golpes, exílios, mortes, planos econômicos fracassados e Tancredo, Sarney, Collor e o selo da maldição republicana: a reeleição.
            O pesadelo continua e a corrupção aflora em todos os pontos do país. De Deodoro até Dilma já se vão 42 mandatários (inclusive duas juntas) e a República vai de mal a pior. São quase meia centena de  ministérios para saciar a sede das negociatas políticas, milhares de cargos em comissão como moeda de troca, milhões de reais gastos num congresso inerte e mercador de favores. Nisto tudo lá se vão 122 anos republicanos contra 511 anos do descobrimento, ou seja, da posse efetiva das terras de Monte Pascoal pelos portugueses. Alardeia-se a reforma política onde os membros do Poder Legislativo planejam reformar tudo desde que as benesses políticas sejam preservadas e ampliadas. Pretende-se fazer cessar a reeleição, mas ampliar os mandatos do executivo para cinco anos, entendendo-se que quem já está pode se reeleger, ou seja, aproveitando-se da brecha o governante atual fica no poder por nove anos. Lei da ficha limpa, só para a próxima eleição.
            Obama veio para reafirmar o domínio sobre a ‘colônia’ brasileira e lembrar quem de fato manda por aqui. Quando acordamos república em 15 de novembro de 1889 e se expulsou Pedro II, alguma coisa deve ter acontecido no campo do imaginário natural. Pedro II não saiu daqui de bem com o poder político, em especial a do ex-amigo Deodoro.  Morreu amargurado e deitou sua cabeça sobre um saco de terra brasileira. O Imperador amava, de fato, o Brasil.
            Com tudo isto que está acontecendo, será que nosso então imperador lançou mesmo alguma maldição sobre os políticos brasileiros ou é apenas impressão minha? 



           

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