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quarta-feira, 9 de março de 2011

HISTÓRIA, ESTÓRIA E REALIDADE

CLIQUE NA IMAGEM PARA VER A DIFERENÇA ENTRE HISTÓRIA, ESTÓRIA E REALIDADE.
            
            Leandro Narloch, autor do livro ‘ Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil’, da Editora Leya, 2009, escreveu um interessante estudo sobre as coisas que aprendemos em nossas escolas, em livros, em pesquisas das mais variadas fontes e que, muitas  vezes, não são reais nem verdadeiras, passando para o campo da fantasia ou mesmo da ignorância e até da má fé.
            Levanta ele mitos como o de que a população brasileira era, no século XVIII, constituída de 40% de escravos. Na verdade eram, em 1819, 4,4 milhões de pessoas e 91% dos proprietários de terras não tinham escravos e a economia brasileira era maior do que a de Portugal. Portugal realmente sugava nossas riquezas, não só em ouro como em outros produtos. Nossos historiadores afirmam, em grande maioria, que a Inglaterra obrigou o Brasil a invadir o Paraguai, quando na verdade a diplomacia britânica tentou evitar o conflito.                                                                                                  
             O Paraguai era uma potência latente, afirma a história, quando na verdade era o país mais atrasado do cone sul.  A Inglaterra tinha investimentos no Brasil e no Paraguai e uma guerra não seria nada interessante. Não é verdade que a Inglaterra fosse contrária à escravidão. Desejavam os ingleses ampliar o mercado de trabalho e esta era a força que alicerçava a sociedade inglesa da época. Lampião, afirma Narloch, não era um Robin Hood, e sim um grande amigo dos coronéis do sertão, ameaçando e subordinando famílias pobres e executando operários que construíam estradas para o interior do nordeste, fato que os coronéis não desejavam. Nunca esteve nos planos de Antonio Conselheiro a reforma agrária, e sim, uma sociedade igualitária, o que não ia de encontro com os grandes proprietários de terras. Canudos era uma pedra no sapato dos poderosos donos de terras.
            No que diz respeito à produção alimentícia, a banana e o coco não são produtos brasileiros, da mesma forma como a jaca, a manga e o abacate, bem como os cães nunca foram originários daqui. Vieram com as caravelas européias. A feijoada nasceu com restos da casa-grande, afirmam apaixonadamente alguns escritores.  Outro engano, visto que a feijoada tem origem européia, nascendo da tradição de misturar legumes com carnes, cassoulet francês, feito com carne de porco e feijão branco. O negro passou a usar o feijão preto, mais abundante. Escritores afirmam que milhares de índios foram dizimados pelos brancos e suas tribos arrasadas. Pouca verdade nisto. A grande maioria dos índios se mudou para os redutos dos brancos buscando melhoria de vida e esta de que o índio não se adaptou a escravidão é mito.
            Os bandeirantes eram em sua maioria mamelucos, filhos de índios com europeu. Conheciam as matas com exatidão e serviam de guias para os estrangeiros na busca de riquezas. As roupas magníficas  correm por conta da fantasia. Usavam poucas ou nenhuma roupa.  Eram assalariados e não desbravadores como se prega. Especialmente entre os séculos XVI e XVII, milhares de índios serviram em São Paulo como escravos devido á falta de mão de obra especialmente na região sudeste. Faltando mão de obra, iniciou-se a importação de africanos, grande parte vinda espontaneamente e não acorrentados como se prega, apesar dos exageros no processo por parte de importadores gananciosos. Muitos índios se uniram aos brancos para combaterem outras tribos que consideravam inimigas. A política de boa vizinhança tinha um objetivo e este era viver bem e fugir da vida miserável em que viviam.
            No campo da aviação o autor deixa claro, e não deixa de ter razão, de que os verdadeiros inventores do avião foram os irmãos Wright, que realmente voaram três anos antes de Dumont e diante de muitas testemunhas. No dia 05 de outubro de 1905 fizeram um vôo de 39 minutos percorrendo 38,9 quilômetros e o 14 Bis voou 220 metros a uma altura média de 6 metros e foi abandonado 5 meses depois.  Nosso brasileiro é, sem nenhuma dúvida, o criador do Demoiselle, em 1908, o primeiro ultraleve da história. Na arte, muitas obras extraordinárias no campo da escultura foram atribuídas a aleijadinho (Antonio Francisco Lisboa). Grande número de obras a ele atribuídas foram feitas por auxiliares desconhecidos e um bom número a outras fontes totalmente desconhecidas. O ‘Quasímodo’ de Vitor Hugo se encaixa bem nesta história. O ser humano adora estas vias literárias onde a dor e a tristeza façam parte do cotidiano dos que se destacam entre os demais humanos.
            Escrever sobre a  história é ser fiel aos fatos. Fantasiar é perigoso e compromete a própria história e, por conseqüência, o historiador. O historiador tem o dever de colocar no papel o que de fato aconteceu, sem interferência ou ingerência, sob pena de botar tudo a perder.
            A história é o reflexo da realidade. Distorcê-la fantasia o resultado e torna tudo uma aventura sem volta.

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