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domingo, 4 de novembro de 2012

DIA DOS MORTOS E DOS VIVOS

Finados. 


Dia especial onde todos, indistintamente, pranteiam e homenageiam seus mortos, seus antepassados próximos ou distantes.

Começa como sempre e desde há muito tempo. Cedinho o movimento já é elevado. Querem aproveitar o calor menos intenso e característica do dia. Chegam primeiro os mais antigos. Os jovens preferem chagar mais tarde, se chegarem.

Alguns estão com idade avançada. Parece que visitam o local da próxima e definitiva morada. Alguns parece que se entrarem poderão não sair. Estão por um fio de tempo.

Nas avenidas o abraço interminável. Vivos se reencontram, mais uma vez. Não sabem até quando e por isto comemoram. Conversa em ordem lembram-se dos mortos e, lá se vão com vasinhos de flores de plástico ou tecido imitando a natureza. Alguns até bem feitos, outros....

As velas queimam acelerando o calor próximo e distante preenchendo os pequenos vazios entre um túmulo e outro. O trânsito é difícil muitas vezes e têm de se pisar sobre túmulos alheiros. Isto traz coisa ruim. Não se deve...

Na porta de saída limpam os pés. Antiga preocupação continua viva: não se deve trazer nos sapatos terra do cemitério. Traz a morte para casa. Não presta.

Os ponteiros lentamente vão acusando o horário e a pressa parece ser a preocupação maior, em especial das mulheres que devem retornar rápido ao lar para o preparo do almoço, onde as visitas se fazem presente. O assunto na mesa é sobre o falecido, a falecida, suas qualidades e até seus defeitos. Algumas lágrimas teimam em escapar, mas, alguém intervém e a conversa continua.

Os túmulos ficaram arrumados, embora alguns continuem sob o pó e o escaldante calor sem ostentar uma flor sequer, nem uma vela. As letras e a pintura já não são vistas. Em alguns o vaso de flor de plástico do ano passado continua lá, transformado em varetas de arame já que o plástico se queimou sob o escaldante sol de todos os dias.

Ao lado de alguns a família, com rostos transpirando o desejo de um aperto de mão ou mesmo de um sorriso, mesmo que rápido. As flores, nalguns, são múltiplas. Alguns se esquecem, inclusive, de tirar as etiquetas do preço. Noutros, apenas a passagem do tempo é presente.

Seis horas. Manda a tradição que se feche o cemitério. Apressam-se e o campo santo começa a retornar ao normal. Alguns vasos foram levados. Eram apenas para vivos verem. Muitos ficam, sem água para não ter problemas com a dengue. O Sol começa a se por e a paz de novo reina no local até pouco tempo cheio de murmúrios e conversa alta.

Mais um finados!

Foi mais um ou menos um ?

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