Caro visitante:

Seja bem vindo e divirta-se! Em nosso maluco mundo atual, o que não falta é assunto para comentar...ah, e não deixe de cadastrar seu e-mail aqui ao lado esquerdo da tela para receber novidades deste blog.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O BRASIL, SEU IMPÉRIO E SUA REPÚBLICA



O Brasil viveu 21 anos sob o regime autoritário militar num contínuo sobressalto. A nação estava como que num estado de catalepsia fazendo vazar por todos os seus poros a dor, a perseguição, a ação do uso da força, da tortura, da intolerância e a inquietante depressão individual, comunitária, nacional e internacional. Os aposseadores da República estendiam seus braços, olhos e ouvidos através de mentecaptos auxiliares que tudo faziam para ‘agradar’ os chefes e se banquetearem com as sobras do poder abusivo e inidôneo.
O povo brasileiro é conhecido na linha da história como um povo pacato, submisso, concordante com tudo. Boi conduzido. Na verdade não é bem assim. O brasileiro é lutador sim, mas suas armas são frágeis, demoradas no uso e quando na prática sofre a falta de líderes realmente capazes e honestos em suas intenções. A corrupção, endêmica, cega o fio das espadas tornando-as enferrujadas e de difícil manejo. No Primeiro Império os movimentos foram efêmeros embora ácidos, culminando com a praticamente expulsão de Pedro I do comando nacional. No Segundo Império Pedro II teve de se desdobrar para manter a integridade nacional, o que por si só já valeu como um trabalho hercúleo.
A República chegou em 1889 totalmente claudicante, sem preparo real embora tenha existido inúmeros movimentos buscando sua decretação. Decretada, nasceu com enormes crises entre os militares que requisitavam o poder maior- a Presidência e não mais a coroa nem o cetro,mas sim a caneta.  Assim nasceu a República e assim ela está atualmente.
Canudos (1897) e Contestado (1912) já fizeram o braço da República endurecer. Em 1930 a queda de braços entre os próximos do poder mostraram os dentes e as armas. A Aliança Liberal leva Getúlio ao poder diante do poder corrupto dos grandes fazendeiros mediante subornos e fraudes. Com uma pseudo-união o novo governo é uma mistura da velha oligarquia rural com os setores industriais emergentes. O comunismo cresce e rói as botas e o chicote do caudilho. É parido o Estado Novo em 1937. A República está com sérias doenças degenerativas.
O mundo se volta para o Brasil (e América do Sul). A guerra mundial força a pactos vergonhosos com forças internacionais. Getúlio enfraquece e o poder se esfacela chegando a uma séria ruptura em outubro de 1945. Mais uma vez a República tem um sério acidente vascular do poder. Saindo da UTI em 1946 se arrasta até 1954 e depois de nova e profunda crise até 1964 mesclando autoritarismo com relações espúrias com os interesses norte-americanos, greves gerais, revoltas populares e presidentes sem força nem liderança política.
De novo o poder é confiscado por forças ditas salvadoras. Curiosamente em 01 de abril de 1964 a República é internada em estado grave. Como um doente nestas condições, ficou sob a ‘custódia’ dos médicos de plantão- um grupo de militares que, a exemplo de outros momentos, arvoraram-se como ‘salvadores da pátria adoecida ’. O povo na rua pensava estar indo para um caminho seguro quando na verdade estava rascunhando um longo período de dores e sofrimentos que iria custar a vida, a liberdade e os direitos de milhares de brasileiros.
O Ato Institucional nº 9 rezou de forma solene: “A Revolução vitoriosa, como o Poder Constituinte, se legitima por si mesma”. Em 1965, pelo Ato Institucional nº 2, na sua introdução, se afirma: “ Não se disse que a Revolução foi, mas que é e continuará”. E assim ela continuou até 1985. No último instante e na agonia do regime militar, morre o presidente eleito e assume o vice. O trauma não se concluiu sem antes dar um novo susto no povo brasileiro. “A República, com novos homens e novos compromissos, inaugura um novo tempo para a pátria renovada na dignidade da democracia e no respeito à soberania popular” ( Tancredo Neves).
Estamos esperando. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário