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sábado, 7 de agosto de 2021

A GUERRA DOS DEUSES

 



É interessante como todos os povos do mundo antigo acreditavam na existência de deuses do bem e do mal. Já nos idos em que o homem habitava cavernas e nas matas do planeta, e observando a natureza, concluiu rapidamente que tudo dependia de uma ordem superior por ele desconhecida, tal como o trovão, o raio, a chuva, o vento e isto fez com que ele atribuísse a estes elementos um poder além do dele e que era incontrolável pela vontade do próprio homem. Era assim na Índia, na China, no Japão, no Egito, na Grécia, nas Américas, inclusive no período pré-colombiano, na Assíria, e isto para aleatoriamente abarcar todo o planeta. E buscando se inserir no meio ambiente, criou seus deuses, do bem e do mal, como uma forma segura de estar bem com eles e fazer deles seus sustentáculos num meio tão hostil como o que vivia.

Para agradar a seus deuses, imaginou oferendas para tornar seus deuses amigos e aplacar a ira dos maus. A princípio as oferendas eram produtos da própria natureza vegetal, depois passou a oferecer vidas animais e até o próprio ser humano. A Bíblia tem inúmeros exemplos destes sacrifícios. Os sacerdotes, que se diziam porta-vozes entre o homem e os deuses, galgaram posições invejáveis nos clãs, e tudo faziam para manter e aumentar seus poderes ditos sobrenaturais e assim galgaram posições sobre a vida e a morte. A princípio eram sacrificados os inimigos presos nas constantes guerras. Depois ampliaram o rol das oferendas chegando ao fanatismo que alcançou proporções incontroláveis. Os deuses bárbaros exigiam sangue, muito sangue. Incas, Maias e astecas são exemplos evidentes desta conduta. A barbárie chegou a tal ponto que as vítimas dos sacrifícios se sentiam premiadas por serem escolhidas para os sacrifícios, tudo em prol da tribo, melhores colheitas, mais caças, mais chuvas e menos desastres naturais. Escravos imploravam para serem sacrificados e com isto renascerem livres.

Os ameríndios, os egípcios, os gregos, os asiáticos, e vários povos do mundo, escolhiam um Deus acima de todos atribuindo a este a função de presidir e decidir sobre os destinos do clã e suas descendências. No mundo hebreu e no próprio Egito, Grécia e outros povos, o Deus principal comandava todos os demais deuses menores. A crença de um Deus único não é coisa nova no planeta e isto causou, em muitos momentos, grandes disputas, guerras e mortes por toda a superfície da Terra. Moisés desponta como instituidor destas guerras frente à nacionalidade judaica. Apresentou Jeová como sendo vingativo e ciumento. Transformou-o em Deus nacional onde o único povo que tinha o privilégio da salvação ( o céu) era o israelita. Todos os demais eram dignos de extermínio. A política e a religião tinham o mesmo significado e força. Roma não desejava confrontos religiosos, valendo-se disto para se perpetuar no poder com paz relativa, chegando a dominar grande parte do mundo antigo. O mesmo procedimento era praticado na Índia, onde o mestre Vivekananda, reverenciava todas as religiões, sustentáculos de seu poder.

Extrapolaram neste comportamento os europeus que, ao invés de catequisar os ameríndios, apelaram para a violência, impondo a fé cristã e obrigando os índios e negros a substituir os deuses deles pelos seus. Estudos deixam claro que o fanatismo e a cobiça geraram situações de vandalismo, de mortes e perseguições das mais odiosas formas. Quase sempre as expedições eram compostas de aventureiros, criminosos e degredados sem nenhum escrúpulo ou humanidade. Eram mercenários. Os próprios religiosos faziam vistas grossas a estes comportamentos, afastando-se de seus princípios de religiosidade. Insignificante o número de membros do Clero que eram pessoas virtuosas que se deslocaram para as novas terras para pregar o Evangelho. A esmagadora maioria não tinha espírito cristão. Ser cristão foi, e ainda é em alguma parte do mundo, muito perigoso.

Tanabi

Prof. Dr. Antonio Caprio.

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