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domingo, 15 de março de 2009

EXCOMUNHÃO

Lagoinha, a 230 km do Recife, foi palco de um dos atos mais retrógrados, em termos de religião, que se possa imaginar: o ato de excomunhão. Este procedimento indica que a Igreja está, ainda, se firmando em procedimentos que o tempo acabou por colocar no baú das coisas absurdas praticadas no campo religioso. Cheira à Inquisição.
  Uma menina de 9 anos, com1,36 metro de altura e pesando 33 quilos, estava grávida de gêmeos e no quarto mês de gestação. Foi engravidada pelo padrasto, que já abusava da menina há anos. Um quadro típico do nível social que nosso país registra em suas várias regiões.
O art. 124 do Código Penal diz textualmente: “Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque – pena- detenção, de um a três anos”  Se o aborto for provocado sem o consentimento da gestante, a pena será reclusão de três a dez anos(Art. 125). Se provocar aborto com o consentimento da gestante: pena- reclusão de um a quatro  anos. Pune-se quem faz e pune-se quem ajuda, quem faz e quem induz.
  O Código prevê em seu artigo 128 que: não se pune o aborto praticado por médico(I), se não há outro meio de salvar a vida da gestante e não se pune o aborto no caso de gravidez resultante de estupro(II). Ambos os casos necessitam de fundamentos médicos devida e tecnicamente explicitados e só podem ser feitos sob ordem da Justiça, após a formalização de um processo legal.
  O caso em questão ficou clara e tecnicamente fundamentada. Em não havendo o aborto legal, a menina não teria condições de suportar uma gravidez gemelar(gêmeos). Não se levou em consideração a questão do estupro. O embasamento médico foi o perigo de vida da mãe(criança). A lei autoriza o procedimento médico e a família deve se engajar no procedimento, autorizando o aborto. Tudo feito, tudo consumado.
  Surgem os grandes arautos e a Igreja condena a atitude e excomunga a mãe da menina e os médicos envolvidos. Excomungar quer dizer amaldiçoar, condenar, reprovar. Implica em pena eclesiástica que exclui do gozo de todos ou de alguns dos bens espirituais comuns aos fiéis. Repetem o que fizeram com Joana D’Arc, com Tomas Morus, com Galileu Galilei e tantos outros. Depois vivem pedindo desculpas pelos absurdos cometidos. Esta mesma Igreja luta contra o uso de preservativos no mundo atual que enfrenta gravíssimos problemas com a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
  Por que esta mesma Igreja não trabalha contra médicos católicos e assemelhados que praticam o aborto em clínicas ostensivamente funcionando em todo o país. Por que não ‘excomunga’ membros seus que fazem o aborto por dinheiro?  Por que não paga todas as despesas de aidéticos por todo o mundo contaminados pelo não uso da camisinha? Por que não ajudam a criar e manter crianças produtos de gravidez indevida? Algumas ajudas esporádicas não resolve, a não ser para justificar opiniões. Por que a Igreja se silenciou com relação ao estuprador?  Não é esta figura o grande gerador de tanto sofrimento e confusão? Isto não ´é ‘ pecado’?         
Dizer que tais bispos são ignorantes seria absurdo, mas chego a pensar seriamente nisso.

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