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sábado, 19 de novembro de 2016

DIA DA BANDEIRA (REPÚBLICA À BRASILEIRA)



O Império Brasileiro estava enferrujado em 1889. Pedro II já não governava, talvez em razão da idade e da inépcia de seus ministros e assessores. Os republicanos diziam que o regime monárquico tinha ficado caduco. A monarquia não tinha sucessor. A princesa Isabel não era qualificada para a sucessão e seu marido francês, o Conde D’Eu, piorava ainda mais a situação. A República esperava a morte do Imperador. O último Primeiro-ministro, o Visconde de Ouro Preto, já não controlava as rédeas do governo. Nos círculos militares o Visconde era execrado e ignorado. Nas ruas, era desconhecido pelo povo. Republicanos e monarquistas pretendiam sua queda.

A modernidade chegava ao Brasil. No Oeste Paulista os coronéis e barões do café queriam mais apoio. São Paulo crescia e causava ciúmes às outras províncias, como Minas Gerais, Rio de janeiro e Rio Grande do Sul. Indústrias pipocavam por todas as províncias. Estradas de ferro rasgavam o território brasileiro. O cenário era preparado pela própria evolução natural da economia. A política estava emperrada. O Império não tinha futuro. Teria de ser extinto no Brasil. A modernidade e o progresso só chegariam via República. Esta era a ideia vigente.

A imprensa batia forte no Imperador. As províncias queriam agilidade no governo. Estudantes brasileiros faziam ferver os centros do poder como São Paulo e Rio de Janeiro.O Partido Republicano Paulista, o poderoso PRP ganhava adeptos em todo o território nacional. Auguste Comte, positivista francês, era lido por todos. Benjamin Constant, Teixeira Mendes e Miguel Lemos se tornam em bandeiras positivistas brasileiras. A elite intelectual brasileira entrou no processo republicano. Militares em 1887 fundam o Clube Militar. O Marechal Deodoro da Fonseca, líder inconteste, era preparado para o grande momento. Resistia à ideia de liderar o movimento, mas não negava seu valor e necessidade. A Maçonaria preparava o terreno para o nascimento da República.

Dom Pedro II ameaçou punir republicanos da área militar, pensando com isto afastar a queda iminente. Os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto assumiram a defesa dos colegas de farda. Por volta das 09:00 horas da manhã de 15 de novembro de 1889, Deodoro anuncia publicamente a queda do Império frente a uma parada militar formada por um grupo de soldados. Nada sério parecia estar acontecendo. Demite o Ministério e volta para sua casa. Coloca o pijama e vai para a cama como se nada tivesse acontecido. O povo não ficou sabendo do fato, como sempre. A tão esperada República chegou como uma garoa passageira. Estava proclamada a República Brasileira. Poucos viram. A Família Imperial foi banida. 

Os republicanos, com a batata quente na mão, agora não sabiam o que fazer com ela. A República foi por muito tempo acalentada e de repente não se sabia o que fazer. Só quatro dias depois ficou pronta a bandeira da República, projeto de Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Villares. A costureira só terminou o trabalho por volta do meio-dia de 19 de novembro. Foi hasteada pela primeira vez no dia 19 (consagrado a ela) às 12:00 horas. Juristas fizeram oficializar a proclamação da República às pressas. O improviso deu conta a inúmeras gafes e muitas piadas, não só interna como externamente falando.

Assim nasceu a República no Brasil. O lema de Comte: Ordem e Progresso, estampado em nossa bandeira, tenta afirmar que o Brasil só será uma verdadeira república se não houver ‘desordens’ provocadas naturalmente pela democracia ou pela incapacidade de seus governantes. Lá se vão 127 anos de pífios governos e desastrados governantes, exceção à exceção.

Parecendo brincadeira de soldadinhos de chumbo, nossa ‘República’, associada com a figura da Justiça chegou, não emplacou, está mais enferrujada que o Império e a democracia parece cada dia mais engraçada, com sua balança na mão, pesando dinheiro que recebe das mãos de quem não vê mas que tem valor e tudo compra.

Tivemos um descobrimento à portuguesa, um Império sem rumo e uma República banalizada. Assusta-me o que presumo venha por aí. 

Aí é que a coisa pega. E como pega...

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