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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A DISLEXIA E SEUS FANTASMAS





A aprendizagem é um processo, e como tal, tem seus componentes básicos que são o comunicador, a mensagem, o receptor e o meio ambiente. Um destes que apresentar defeitos implica no prejuízo do objeto final e a vítima é o educando. A  maturidade leva à prontidão necessária para a alfabetização e alguns distúrbios podem ocorrer na execução do processo de aprendizagem que dura a vida toda. Não há que se falar em comportamento anormal ou normal. Uma criança tem um distúrbio de comportamento quando apresenta desvios da expectativa de comportamento dentro do grupo etário a quem pertence. O professor tem um papel especial nesta análise e para tanto precisa estar preparado campo didático e psicopedagógico, caso contrário poderá provocar sérios estragos na vida futura da criança.
A criança com Disfunção Cerebral Mínima (DCM) pode apresentar a disgrafia, que é a dificuldade na utilização dos símbolos gráficos para expressar suas idéias; a disortografia, representada pela incapacidade de apresentar uma escrita correta e a discalculia, representada pela incapacidade em matemática.
M.Condemarin e M.Blomquist, no livro ‘Dislexia, manual de leitura corretiva’, p.21, afirma: “entendemos por dislexia específica ou dislexia de evolução, um conjunto de sintomas reveladores de uma disfunção parietal (o lobo do cérebro onde fica o centro nervoso da escrita),geralmente hereditária, ou ás vezes adquirida, que afeta aprendizagem da leitura num contínuo que se estende do leve sintoma ao sintoma grave.  A dislexia é frequentemente acompanhada de transtornos de aprendizagem da escrita, ortografia, gramática,redação e, raramente, em matemática.. A dislexia afeta os meninos em proporção maior do que as meninas”. Houve tempo que a dislexia foi chamada de disfunção de aprendizagem. Isto não quer dizer que o cérebro do disléxico tem defeito ou qualquer lesão,pelo contrário. Acontece apenas um distúrbio que pode ser modificado com um perfeito contato com a linguagem e seus símbolos,indo bem nos outros segmentos que não a leitura e até da escrita.  Acertadamente, Ubiratam B.Mattani, em seu texto Ciências,1987,p.15 diz: “atualmente, qualquer distúrbio de linguagem apresentado pela criança, é tachado como dislexia, tanto pelos pais como pelos professores. O problema, entretanto, nem sempre está na criança e sim nos processos educacionais –sob a responsabilidade paterna - ou nos processos de aprendizagem sob o encargo da escola.”


A ‘torto e a direito’ pais, professores e alguns profissionais, tacham crianças durante a 3ª série do primeiro grau de disléxicas , ou ainda de hiperativos, demostrando plena desinformação no tocante aos seus importantes papeis na educação. Os pais, e também muitos professores, se preocupam em quanto o filho ou filha recebe e armazena instrução, conteúdo informativo, independentemente do grau de desenvolvimento mental do educando. Segundo Lúcia Werner, fonoaudióloga, “a dislexia é uma incapacidade apresentada pela criança. O restante é um distúrbio apresentado na apreensão da linguagem escrita”. Temos disgráficos rígidos, disgráficos de grafismo solto, impulsivos, inábeis e lentos e meticulosos, segundo J.de Ajuriaguerra (Manual de Psiquiatria Infantil, p 252). Todos são passíveis de modificações e orientações que modifiquem condutas natas, reencaminhando o educando para uma postura dentro da normalidade usual. A escrita defeituosa acaba acarretando atraso no progresso escolar da criança e é exatamente por esta razão que o professor precisa ficar atento ao desempenho da criança a partir da 3ª série do ensino fundamental, afirma Ruth Caribé da Rocha Drouet em seu livro ‘Distúrbios da Aprendizagem’.(Ática,1990)
Crianças disléxicas acabam por rejeitar a escrita, fugir dela, fazendo da vida escolar um verdadeiro tormento, não só para si como para todo o universo escolar. O professor precisa ficar atento ao desempenho de seu aluno. Ele é um técnico educacional, e se não tiver o preparo necessário deve se socorrer de profissionais da área educacional. Todos os detalhes devem ser analisados, mesmo os que pareçam não significativos. A incapacidade geral de aprender, a imaturidade, os distúrbios da fala, a gagueira, os distúrbios emocionais, a carência cultural, a falta de motivação ambiental, os fatores sociais e econômicos, questões de motricidade, de relações de espaço e tempo, tudo isto deve ser uma constante no trabalho do professor a partir da 3ª série do ensino fundamental. Nada pode escapar à sua observação para que todas as situações de dislexia sejam tratadas e resolvidas, visto que a dislexia não é uma doença e sim apenas um distúrbio e estes são contornáveis, sanáveis e em sua quase totalidade resolvidos com técnica e bastante paciência.


Nenhum aluno é igual ao outro. Todas as pessoas são diferentes entre si e, por conseguinte, agem e reagem de formas diferentes aos estímulos internos e externos. O desenvolvimento da personalidade se alicerça na parte genética e na aprendizagem. A cultura é o conjunto de ideais, de costumes, de crenças, tradições e o conjunto todo recai sobre a criança e pesa sobremaneira a partir da 3ª série do ensino fundamental e o acompanha por toda sua vida e em todos os campos, e tudo o que vem depois  é  conseqüência desta fase inicial, daí sua grande importância para o indivíduo e para com a sociedade como um todo na plena formação do cidadão no gozo de sua cidadania.

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